Liberdade de Associação
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Os casos não são iguais, porém os pontos de contacto causam um arrepio. A intenção manifestada por David Blaine de permanecer, em Nova Iorque, uma semana num aquário, alimentado e fornecido de oxigénio, como prelúdio à tentativa de bater o record do mundo de retenção da respiração, fez-me surgir no espírito a trágica morte, por afogamento, de Harry Houdini. Talvez por ambos serem mágicos de profissão. Apesar de não estarmos agora perante um desafio de libertar-se de correntes que o manietassem, invade o meu espírito a inquirição do porquê de um tal desafio da natureza, para diversão. Talvez porque ainda mais característico e natural do homem seja a tentativa orgulhosa e desmedida de superação espectacular, como de obtenção de aplauso. Humano, desmesuradamente humano! O contrário do que pensariam os candidatos à proeza. Esperemos que o outro tenha uma vez mais razão e que a tragédia de ontem nos dê, desta, motivo de riso.
Os casos não são iguais, porém os pontos de contacto causam um arrepio. A intenção manifestada por David Blaine de permanecer, em Nova Iorque, uma semana num aquário, alimentado e fornecido de oxigénio, como prelúdio à tentativa de bater o record do mundo de retenção da respiração, fez-me surgir no espírito a trágica morte, por afogamento, de Harry Houdini. Talvez por ambos serem mágicos de profissão. Apesar de não estarmos agora perante um desafio de libertar-se de correntes que o manietassem, invade o meu espírito a inquirição do porquê de um tal desafio da natureza, para diversão. Talvez porque ainda mais característico e natural do homem seja a tentativa orgulhosa e desmedida de superação espectacular, como de obtenção de aplauso. Humano, desmesuradamente humano! O contrário do que pensariam os candidatos à proeza. Esperemos que o outro tenha uma vez mais razão e que a tragédia de ontem nos dê, desta, motivo de riso.
2 Comments:
At 11:23 PM, Viajante said…
Há coisas só entendíveis (e pouco, ainda assim) no quadro da liberdade de associação e... na de excentricidade.
A necessidade humana de distinguir-se e assinalar a sua passagem pode ser tremenda! A raiar tantas vezes o excesso, a des-medida.
É sabido que os seres humanos têm sede de imortalizar-se. Até que ponto, pode ser sempre uma surpresa. A raiar a incredulidade.
At 9:21 AM, Paulo Cunha Porto said…
E não deixa de ser irónico, Viajada Viajante, que muitas buscas da imortalidade acabem por passar pela antecipação da morte! Neste caso, outras atracções apelariam à associação: a autoproclamada magia que excita o sonho, apesar de a sabermos reduzida ao ilusionismo que visa espectáculo breve e pago. A tentativa de domínio das águas, uma velha tentação do Homem. E a exarcebação da apneia que o aproximasse dos Deuses...
Não deixa de ser curiosa esta tentação de reter ao máximo a respiração. Também noutros prazeres é pelo princípio de estrangulamento que os mais afoitos procuram o climax. Como se respirar fosse opressivo, pela generalidade que implica.
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