Melancolia

Em dia de andar de cara alegre não consigo evitar pensar na significação de duas descobertas recentes: a de que os macacos usam palavras numa linguagem entre si não tão longínqua como isso da dos humanos. E que até há 6,3 milhóes de anos as duas famílias, a deles e a nossa, interagiam copulativamente entre si, segundo critérios naturais, que não de taras como a zoofilia. Angustia-me pensar em todas as experimentações e maus tratos que nos repugnam nos humanos e tendemos a esquecer em primos mais próximos de nós do que se pensaria. O pesadelo distópico de «O PLANETA DOS MACACOS» tem, assim, hipóteses de não ser pura fantasia, antes constituir compreensível vendetta.

Por uma ironia do destino, parece ser na Mulher que a semelhança cromossomática com os símios mais sobrevive. Quem diria! Motivo de meditação para os amigos dos animais tratarem melhor as Caras-Metades e os amantes extremosos acarinharem mais os nossos parentes afastados...