Ontem, Hoje e Amanhã
Passado o Primeiro dia da Semana Santa, leio, em Plínio Salgado, no livro «A TUA CRUZ, SENHOR...»:
«A Semana Santa começa com o Domingo de Ramos. Saindo de Betânia, da casa de Lázaro, o Divino Mestre vai encontrando pela estrada as multidões que o aclamam. Homens e mulheres trazem ramos de palmeiras, que se agitam no ar dando a impressão de um verde mar em movimento. Trazem-lhe um jerico, enxailerado com finos panos multicoloridos. É o animal pacífico e trabalhador, que ajuda os lavradores a preparar o campo e deitar a sementeira. Ninguém se lembrou de levar algum dia esse humilde animal à guerra.».
(...) O povo que condenou e matou o Divino Mestre foi o povo da cidade, foram os habitantes de Jerusalém. O povo que aclamou e vitoriou a Jesus foi o povo do interior, o povo das montanhas e dos vales da Galileia, da Samaria, da Traconitida, da Decápole, agricultores e pastores, ou gente simples das aldeias e pequenas cidades que se achava ocasionalmente em Jerusalém, para a festa da Páscoa.».
E penso em como mudam algumas coisas e permanecem outras. Se no tempo do Grande Escritor Brasileiro o burro não era usado belicamente, é-o hoje da forma mais cobarde, como a dos que fizeram explodir em Bagdad, após os carregarem de bombas. Eterno aflito que sou, pela crueldade do Ocidente para com os animais, tenho de reconhecer, no entanto, uma diferença de grau entre a que é determinada pela utilidade e pela indiferença, no nosso Mundo e a de absoluto desprezo, das culturas islâmicas.
Ao contrário, verifico a existência de uma artificialista construção anti-ocidental nos grandes centros dos Países Muçulmanos, enquanto que nas pequenas povoações existem maiores interrogações quanto à bondade de um conflito tão forçadamente fomentado. E penso em como se mantêm as predisposições de abertura e rejeição que, no Velho Inimigo deles, levaram a anatematizar a Nova Aliança, na tentativa de conservar o Mundo exclusivista do Velho Testamento. Nas culturas semitas o inimigo do Ocidente esteve sempre na Civitas, entendendo-se que o maior expoente Daquele, o Império Romano, era o detentor da solitária Urbe. Hoje, uma contra a outra, colam-nos a um dos lados. Compete-nos perceber o Sinal dos Tempos.
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