Os Espantalhos

Ao contrário da maioria dos partidos, que se procuram acautelar no sentido de que o crescimento eleitoral não provoque cisões, o PP, livre do primeiro problema, conforme ficou meridianamente demonstrado nas últimas autárquicas, tem, contudo, ainda assim, a temer as fracturas. Depois de turras e mais turras, com episódios rocambolescos como o do desmentido regresso do Dr. Monteiro, querem agora os críticos do Dr. Castro, os quais, pelos vistos, são quase todos os elementos mais conhecidos do ex-CDS, convocar congresso, ou seja, apeá-lo. Um provável sucessor como o Dr. Pires de Lima põe água na fervura, dizendo que, embora considere a agenda do Conselho Nacional como «exótica», o mandato é para levar até ao fim. Postura institucional de quem já se prepara para alternativa. Outros gladiadores, porém, são bem incapazes de esconder a sua pressa em erradicar uma liderança cuja eleição nunca deixaram de considerar uma anomalia. São todos aqueles que se empenham em confirmar a especulação que incide sobre a possibilidade de o regresso do Dr. Portas à vida pública não se ficar pelo comentário político. E que gostariam de se ver como os instrumentos da sua mão invisível, vulgo "homens de palha".