No Cravo e na Ferradura
O Primeiro-Ministro fez declarações dúbias. Se connsiderou inviável qualquer acordo com base no texto do projecto constitucional europeu rejeitado em referendo por dois países, aproximando-se da posição expressa pelo Presidente-Eleito, a sua declaração complementar, de recusa em acreditar que o desiderato de uma Constituição Europeia esteja morto, traz água no bico. Com efeito, não foi uma mera manifestação de vontade genérica. A formulação do voto ocorreu logo após o Sr. Matt Vanhannen, com uma arrogância imprevista, até num governante de um País nórdico, ter estatuído que uma nova redacção deveria «conter apenas alterações marginais face ao actual texto». Qualquer visão que encare o significado da posição socrática como não sendo um apoio a essa vontade de ignorar consultas que se apregoam como respeito da vontade dos povos é pura inocência. A Diplomacia tem as suas regras. Qualquer expressão do ponto de vista de uma verdadeira inovação no conteúdo de uma futura constituição implicaria uma demarcação mais explícita.
Por isso, apesar de a posição portuguesa ser escassamente relevante, é de temer que o que se prepara, com o beneplácito de Lisboa, seja uma reedição da fantochada de um segundo referendo sem alteração substantiva, ainda pior do que o precedente dinamarquês, de tristíssima memória.
8 Comments:
At 9:12 PM, Anonymous said…
Sensatas palabras del Profesor Cavaco contra los proyectos de regionalizacion de Lusitania Felix.....
At 9:31 PM, Paulo Cunha Porto said…
Meu Caro Amigo:
Concordo com a generalidade das declarações de Cavaco ao ABC, mas não nesse particular. Com efeito, POR não haver em Portugal problemas linguísticos, étnicos, ou religiosos, ou uma mera ideia dita nacional de parte do territorio é que a regionalização deve ser operada, como meio de minorar o desgoverno da Capital e o exclusivo de decisão das direcções partidárias de Lisboa. Não havendo o potencial fragmentador das «Autonomias Históricas» espanholas, inexiste o perigo que a nossa Espanha atravessa, nomeadamente na Catalunha e País Basco. Ou seja, regionalizando, beneficiaríamos das vantagens, sem passarmos pelos inconvenientes.
Grande abraço.
At 9:33 PM, Anonymous said…
Si el profesor Cavaco hubiera sido entrevistado por el periodico El Pais hubiera sido sometido a una entrevista- trampa( entrevista "batota"? o entrevista "armadilhada" ?)
At 9:35 PM, Anonymous said…
¿ No hay peligro de Segregacion Region Minho para unirse a la Comunidad Autonoma de Galiza para formar una Nova Suevia con capital en Braga?
At 9:43 PM, Anonymous said…
Amigo Paulo: ¿Peligro de la existencia de "reyezuelos de taifas" en forma de caciques politicoides corruptos de provincias en Portugal? En España hay multiples ejemplos......
At 10:02 PM, Paulo Cunha Porto said…
Por cá, Amigo, temos muitos problemas, mas não esse, creio. As Taifas estão esquecidas. Mesmo em territórios tão unidos como o Minho e a Galiza, pode haver comunhão transfronteiriça na vida do dia a dia, mas não me parece existir qualquer intento de secessão.
PS: o Prof. Cavaco é um espertalhão. Quem tentar armadilhar-lhe uma entrevista tem de se esforçar muito para que ele não tire proveito disso...
At 10:09 PM, Anonymous said…
Típico! Mas o engº lá lá vai levando a água ao seu moinho. Sobre os comentários que vejo e a regionalização creio que o caciquismo é um mal evidente (v. os autarcas). De resto acho que bastaria um só para governar. Obviamente que não me refiro a nenhum dos por aí esvoaçam. Cumpts.
At 10:48 PM, Paulo Cunha Porto said…
Meu Caro Bic Laranja:
Por isso o meu ideal era uma regionalização a que não concorressem listas partidárias, para eliminar os caciquismos decorrentes da direcção das respectivas máquinas.
Abraço.
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