Duas Efemérides
Hoje seria o dia do aniversário de um Actor que sou obrigado a recordar. Sir Rex Harrison foi das referências maiores do meu passado. Para além da fantasia do tempo em que os animais falavam, como Dr. Doolittle e de ter sido rosto que definitivamente atribuí a Júlio César, fora da saga asterixiana,
dois filmes maiores se encontram entre aqueles a que, ainda hoje, retorno. «MY FAIR LADY», em que traz a mais-valia de um físico mais aproximado do que imaginamos para o Henry Higgins, relativamente à pura arte de representar de Leslie Howard. Durante a adolescência, o professor de fonética foi um dos meus heróis, até que descobri que as Mulheres eram magníficas para se gostar, para além de o serem para se amar.
Mas um outro há que me move e comove ainda mais - «O FANTASMA APAIXONADO/THE GHOST AND MRS. MUIR», em que dá imagem - porque corpo aqui seria excessivo - à infeliz assombração fascinada pela fragilíssima e encantadora Gene Tierney, preterido em proveito de um evidente e vulgar vigarista, por George Sanders protagonizado, porque este «era real». Até ao fim da vida aquele fantasma será credor da minha camaradagem.
Só que neste dia do mês nasceu, igualmente, a que, para mim, é Actriz de um só filme: a Samantha Eggar de «THE COLLECTOR», essa fita estranha, que tanto aproximo de «A VÍTIMA DO MEDO», de Michael Powell, que já aqui lembrei. Ambas sobre obcecados; mas na primeira, o génio de Wyler e o apogeu interpretativo de Eggar conferem ao filme um peso que o livro, sendo interessante, não tem, com o jogo de domínio entre carcereiro e prisioneira revestindo uma gama de ambiguidades que o texto de partida não permite.
Momento pois para nos felicitarmos.
dois filmes maiores se encontram entre aqueles a que, ainda hoje, retorno. «MY FAIR LADY», em que traz a mais-valia de um físico mais aproximado do que imaginamos para o Henry Higgins, relativamente à pura arte de representar de Leslie Howard. Durante a adolescência, o professor de fonética foi um dos meus heróis, até que descobri que as Mulheres eram magníficas para se gostar, para além de o serem para se amar.
Mas um outro há que me move e comove ainda mais - «O FANTASMA APAIXONADO/THE GHOST AND MRS. MUIR», em que dá imagem - porque corpo aqui seria excessivo - à infeliz assombração fascinada pela fragilíssima e encantadora Gene Tierney, preterido em proveito de um evidente e vulgar vigarista, por George Sanders protagonizado, porque este «era real». Até ao fim da vida aquele fantasma será credor da minha camaradagem.
Só que neste dia do mês nasceu, igualmente, a que, para mim, é Actriz de um só filme: a Samantha Eggar de «THE COLLECTOR», essa fita estranha, que tanto aproximo de «A VÍTIMA DO MEDO», de Michael Powell, que já aqui lembrei. Ambas sobre obcecados; mas na primeira, o génio de Wyler e o apogeu interpretativo de Eggar conferem ao filme um peso que o livro, sendo interessante, não tem, com o jogo de domínio entre carcereiro e prisioneira revestindo uma gama de ambiguidades que o texto de partida não permite.
Momento pois para nos felicitarmos.
11 Comments:
At 9:51 PM, Anonymous said…
Los conocimientos enciclopedicos del amigo Cunha Porto sobre el "english cinema" deja más en evidencia mi "ignorancia enciclopedica" sobre el mismo...Spain is different.....!
At 10:05 PM, Paulo Cunha Porto said…
Valha-me Deus, Caro Amigo. Sabe o que se diz da modéstia, quando em demasia...
Ab.
At 10:25 PM, Marcos Pinho de Escobar said…
Meu caro Amigo,
Duas grandes recordações: o velho Rex Harrison, "the quintessential English gentleman", com aquele belíssimo "accent"; e a divina Samantha Eggar, que não via havia séculos.
Um abraço.
At 10:44 PM, Paulo Cunha Porto said…
Obrigadíssimo, Irmão em admiração.
Outro, muito amigo.
At 12:22 AM, Je maintiendrai said…
Mais obrigados por me fazer recordar a minha admiração sans bornes pelo fantasma da Ms. Muir!Ao Harrison sempre o achei um canastrão, a puxar para o histerismo na My Fair Lady... Antes o delicioso e delicadíssimo Coronel Pinkerton!
At 5:43 AM, Anonymous said…
Por acaso, como Júlio César não é das minhas referências. É-o no "Fantasma..." e em "Dr. Doolitle".
At 9:22 AM, Paulo Cunha Porto said…
Caro Je Maintiendrai:
O Coronel Pinkerton , evidentemente, mas esse é consensual. Já o Prof. Higgins nem era, nem queria sê-lo. Também acho que, em talento, Howard é incomparavelmente maior. Mas sempre que pensava na personagem colava-lhe a fisionomia de Harrison...
Meu Caro Luís:
Há um género a todos os títulosw evitável que é a História da Antiguidade vista pelos olhos de Hollywood. Dentro desse pavoroso ambiente, gosto da aparição de R.H. como o grande Júlio. Talvez porque tenha um ar de disatância face ao filme, que quadra bem com a do grande Júlio face aos políticos de Roma...
Abraços a ambos.
At 7:19 PM, Paulo Cunha Porto said…
Agora, por isso, o Coronel é Pickering ou Pinkerton? Tenho a sensação de que este nome corresponde à agência de detectives...
Ab.
At 8:42 PM, Je maintiendrai said…
Haha... Pickering!
At 8:44 PM, Je maintiendrai said…
Pinckerton é o da Madame Butterfly...
Coisas da pdi..
At 9:35 PM, Paulo Cunha Porto said…
Ah, pois era, o grande oficial da Marinha. Bem me parecia que havia um com menos idade do que o amigo do Higgins!
Abraço.
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