A Clarividência de um Estadista

Um relatório desclassificado agora pela inteligência militar norte-americana, diz que o inefável Saddam Hussein teria dado instruções aos seus lugar-tenentes para fingirem que o Iraque dispunha de armas bacteriológicas e químicas «por temer que, estando seguros do contrário, os israelitas atacassem o País». Muito estranho. Como se o passado das relações entre os dois estados pudesse fazer supor um comportamento timorato por banda dos dirigentes e militares hebraicos! Poder-se-á dizer que, neste caso, se fazia crer já dispor do armamento, ao contrário da situação do bombardeamento das instalações nucleares, anos antes, em que ainda se estaria a tentar alcançá-lo. Mas é atirar poeira para os olhos. Israel nunca duvidou da operacionalidade das suas forças e, se considerasse iminente o uso dos temidos meios, só apressaria a intervenção. Claro que tudo isto é num condicional desactivado pela expedição yank. Mas uma outra via estratégica do anterior governante de Bagdad, agora revelada, é bem real - só acreditou na guerra com os assalariados do Tio Sam mesmo nos finalmente, pensando, até aí, que a ameaça viria... do Irão. Talvez fosse o peso da consciência, mas ainda assim..

A menos que... como uma das fontes foi Ali O Químico, ele pretendesse fazer crer que já nessa altura inexistiam as famigeradas armas, e que as suas pretendidas vítimas teriam perecido por obra e graça da poluição atmosférica.