O Ser e o Nada

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Entre as muitas nulidades que atraíram a fama nenhuma assumiu mais alegremente o estatuto do que Zsa Zsa Gabor, cujo aniversário coincidia com a data de hoje. Todos reconheciam que não sabia representar. Mas fez do capricho a sua profissão. Desde esbofetear o polícia que lhe passou multas de trânsito a escarnecer da sexualidade dos muitos homens que por ela passaram, nove deles anilhados, tudo valeu para aparecer e ser falada. Esta ex-Miss Hungria também andou pelas mãos de J. F. Kennedy, talvez o único dado biográfico igual aos de uma multidão de outras. E quase levou ao desespero no pintor Ralph Cowan, para quem posava, ao exigir que o colar de pérolas que lhe adornava o belo pescoço visse a respectiva posição modificada nove veses, o que não sei se agradará à Miss Pearls. Mas há pessoas a quem a provocação é a única postura que assenta bem, desde a predecessora Mae West, a uma figura de hoje, Paris Hilton, que tem Zsa Zsa como modelo. Ohai e dizei se valia, de facto, tanta tinta.