Metamorfoses Dum Velho Ataque
Os críticos de Fátima, fora e dentro do Catolicismo, vão envelhecendo e enfraquecendo, mas mostram-se incapazes de aprender alguma coisa. Quando deixaram de ter força para atacar a adesão popular, passaram a investir contra a caução da Igreja. Falhado esse negativo e triste combate, com o golpe de misericórdia dado pelo Falecido Papa João Paulo II, viram-se agora contra a cobertura televisiva da Grande Manifestação Religiosa. Vão adiantando, com falinhas mansas, que «as pessoas têm o direito à peregrinação», concessão o que os que se posicionavam contra, dantes, não reconheciam. Mas acrescentam que é excessiva a atenção que as televisões dão ao caso. Ou seja, os jornalistas, subitamente, passam a não ter direito aos seus próprios critérios., dados como incompreensíveis. Eu até acredito que a algumas cabeças custe compreender como muitos milhares de pessoas podem mostrar, tão exuberantemente, a sua Fé. Mas não compreender que seja excepcionalmente relevante um acto público de tanta gente é sintoma de outro emprego da palavra - a má-fé. Não se pode dizer que a liberdade e responsabilidade jornalísticas hajam desaparecido das mentes desses escrevinhadores, como que por milagre, pois é evidente que, a haver algum sobrenatural à mistura, seriam as artes do Demónio. Mas não deve haver. Basta olhar-lhes para os escritos, para ficarmos esclarecidos é coisa absolutamente natural, só neles felizmente.
Não sejamos ingénuos: são fenómenos como o de Fátima que lhes esvaziam as resmunguices de que «o catolicismo é uma religião como as outras e deve ser tratado como as demais». É que o princípio da igualdade consiste em tratar o igual igualmente e o desigual desigualmente. As multidões que se deslocam no Culto a Nossa Senhora são prova viva de que essa desigualdade é presente e não meramente histórica. O que faz os adversários da Revelação aos Pastorinhos ficarem na contingência de reconhecer que estão falidos. Resta-lhes torcer para que chova. Mas muito, para que haja uma inundação, já que menos está provado que não chega...
17 Comments:
At 3:15 PM, Pedro Botelho said…
As multidões de Meca têm mais ou menos fé que as de Fátima?
Just curious.
At 6:02 PM, João Villalobos said…
Tudo bem. Mas os 3 canais em directo durante todo o dia? É um bocado excesso.
At 6:53 PM, Paulo Cunha Porto said…
Atenção, Caro Pedro:
Nunca ataquei as peregrinações religiosas a Meca. Nem sequer alguma vez comparei- o que era fácil de fazer - as mortes que todos os anos elas incluem, por variados motivos, com as que... inexistem em Fátima. Todas as religiões têm o pleno direito de cumprir os seus rituais, desde que não colidam com os credos alheios. Nunca ataquei o Islão, que respeito, mas apenas os seus elementos que, por opção própria, representam um perigo para o Ocidente.
E mais, defendi até, contra a crença de um Querido Amigo, que não me parecia que Fátima corresse o risco de ser atacada pelos extremistas muçulmanos, já que não me parecia provável que escolhessem como alvo um local de culto da Mãe de Jesus, que reverenciam sob o nome de Isã, como Profeta Menor, muito embora.
Nada de confusões!
Meu Caro João:
E quantas pessoas estavam lá e quantas mais desejariam estar? É como os Casamentos Reais, passe o mal comparado das diferentes situações: por muito que os respectivos inimigos bradem contra, os canais tentam sempre de assegurar a transmissão, porque é o que interessa a muitíssimas pessoas. Pelo que, quer pelo critério do serviço público, quer pelo das audiências que dão publicidade, se chega a Roma, quer dizer Fátima, um pouco a mesma coisa, enfim.
Abraço.
At 9:43 PM, Pedro Botelho said…
Pois sim, meu caro Porto, mas não respondeu à minha perguntinha. Aliás não tem obrigação nenhuma de responder. Se lembro é apenas porque pode ter sido distracção.
At 9:59 PM, Paulo Cunha Porto said…
Como é que se mede a Fé? Dê-me o critério e farei o melhor que puder, se o achar consentâneo com a plausibilidade.
At 10:33 PM, Anonymous said…
Mas não andavam em campanha contra os crucifixos? Cumpts.
At 11:59 PM, Paulo Cunha Porto said…
Caro Bic Laranja, ainda bem que fala nessa asneirada à Portuguesa, que me permite mencionar a sábia decisão de um tribunal italiano, no sentido de permitir a manutenção dos crucifixos na escola, circunscrevendo o laicismo a limites menos... fundamentalistas e menos caricatos.
Ab.
At 12:37 AM, Anonymous said…
Não há pachorra para a boçal mistificadora da Cova da Iria e para o servilismo escandaloso das televisões portuguesas do nosso Estado «laico», mas cada vez mais servir perante o beatério e a padralhada. E a negociata de Fátima...
At 12:39 AM, Anonymous said…
Era «servil», o furor do meu anticlericalismo até me fez errar uma tecla!
At 2:27 AM, Pedro Botelho said…
Misantropo: "Como é que se mede a Fé?"
Pela certeza inabalável, sem recurso à razão.
[Parêntesis extra-definição: a Fé, como sabe, é considerada como conducente à Verdade, e não à miragem ilusória. Parece que funciona muito bem para o conhecimento do Outro Mundo, mas muito mal para o conhecimento deste. Daí as dúvidas por parte dos que, como eu, desconfiam do chavão.]
"Dê-me o critério e farei o melhor que puder, se o achar consentâneo com a plausibilidade."
Está dado, mas como é o meu bom amigo Misantropo a escrever "Eu até acredito que a algumas cabeças custe compreender como muitos milhares de pessoas podem mostrar, tão exuberantemente, a sua Fé", talvez seja oportuno também esclarecer o que é, segundo o orador, essa tal coisa que ele pensa ser mostrada tão exuberantemente.
At 8:36 AM, Paulo Cunha Porto said…
Pedro:
Onde é que eu vejo a Fé? Ela é fácil de ver nos milhares de Pessoas que se deslocam à Vila de Ourém para honrar a Mãe de Jesus, numa aplicação das preces muito mais expansiva que o momento de enquadramento oficial do culto de Domingo. A questão não está em ver. Está em medir, para o que não vejo que tenha dado critério algum.
Mais, se valgum pudesse ser aplicado, o que recuso, na comparação das manifestações de Fátima e Meca, dir-se-ia que a peregrinação à terra que celebrizou o Profeta de Alah está inscrita nos deveres de todo o bom muçulmano, pelo menos uma vez na vida. Enquanto que não há nenhum dever estabelecido pela Santa Madre Igreja de os católicos irem, ou até aderirem, com mais do que o respeito, a Fátima. Significa isso que podemos usar esse estalão para, comparativamente, medir Fés? Eu não posso. E volto a lembrar-Lhe, reconhecer é uma coisa, medir é outra.
Oh Eurico,essa aversão é também uma fé. De sinal contrário e mais pobre do que a Fé, porque negadora do Alimento Espiritual que mais importa a muitos e que em nada o prejudica a si. Mas não era esse o ponto. Importando a muitíssima gente, claro que as TV´s têm a obrigação e o proveito de e em cobrirem o evento.
At 1:02 PM, Pedro Botelho said…
Misantropo: "Onde é que eu vejo a Fé?"
Não é o "onde". É a coisa em si e a sua natureza profunda: a certeza da verdade ou o simples engano.
Daí decorre o apreço ou o desprezo implícitos dos pobres mortais pela única arma que possuem e que é também, como o meu amigo mais adiante diz, uma fé, mas uma fé aparentemente distinta e melhor do que as outras...
"Significa isso que podemos usar esse estalão para, comparativamente, medir Fés? Eu não posso. E volto a lembrar-Lhe, reconhecer é uma coisa, medir é outra."
Certo. Mas se é o aspecto aparentemente -- e só aparentemente, se quiser ler com olhos de ver -- quantitativo da minha pergunta inicial ("As multidões de Meca têm mais ou menos fé que as de Fátima?") que o impede de formular uma resposta, então passo a frasear o mesmo, de modo diferente, em nova pergunta:
"Para as pessoas que se comprazem no espectáculo e na glorificação da Fé, existe uma única que conduz à verdade ou serve qualquer uma?"
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Comentário à sua resposta ao Eurico de Barros, se ambos me permitem:
Misantropo: "Oh Eurico,essa aversão é também uma fé. De sinal contrário e mais pobre do que a Fé, porque negadora do Alimento Espiritual que mais importa a muitos e que em nada o prejudica a si."
Claro que toda a convicção pode ser considerada uma fé, mas nesse sentido existe uma fé que, no que respeita o seu relacionamento com a verdade, parece melhor que qualquer das outras: a fé na razão que parece funcionar de facto no mundo em que nos é dado viver.
Por que razão seria essa a fé do empobrecimento espiritual, e alguma das outras a Fé do enriquecimento?
Nada me garante absolutamente que o Sol amanhã não vai despontar a Oeste e assumir uma forma cúbica, mas estou mais disposto a apostar na fé científica que me diz que isso não vai acontecer do que em qualquer das suas concorrentes.
De resto o meu amigo faz muitas vénias à tal Fé (ou tais Fés) com maiúscula(s), mas no fundo acredita é na outra que menospreza.
Por exemplo, se quer viajar para Paris, faz contas à vida para ver se o dinheiro chega, estuda os horários dos aviões etc. Por mais que seja a sua fé em milagres, não tenta levantar voo sózinho a partir do seu telhado (calculo eu).
Por que razão então considera o meu amigo essa fé singela que rejeita a certeza sem exame e procura investigar a verdade, uma negação de "alimento espiritual" que nem sequer merece maiúscula?
Então o primeiro sinal do Espírito não deveria ser a procura da verdade com as armas que o bom zeus nos deu?
At 1:09 PM, o engenheiro said…
Ó Paulo
Porque é que continuas a dar pérolas a porcos ?
Não compreendes que a arrogância com que fazem as afirmações roncantes mais não são que produto do ensimesmamento masturbatório caracterísitico dos eunucos ?
Que sabem eles de crer, de libertação, de fé ?
Preferem o rasteirismo mundo dos orcs! Deixa-os preferir...
At 4:23 PM, Anonymous said…
Já noutro local (Jantar das Quartas) reparei que este amigo que se intitula Engenheiro respondia a um post onde se classificava a beatice (uma atitude) de "peganhenta", classificando de igual modo a mãe do poster (uma pessoa que julgo não conhecerá de parte nenhuma).
A diferença entre os dois comportamentos é óbvia: reside na incapacidade da argumentar. A irritação dos fracos não é mais que a tradução primária da sua impotência.
Sr. Engenheiro, siga o meu conselho: se não pode resistir aos impulsos, deixe o computador e vá tomar uns calmantes.
At 4:27 PM, Pedro Botelho said…
Olha, este S. Miguel tirou-me praticamente as palavras da boca...
Ainda bem. Poupa-me o trabalho de responder.
At 7:11 PM, Paulo Cunha Porto said…
Então, meus Senhores,
permito-me sugerir que o velho ditado «da discussão nasce a luz» talvez não tivesse em vista a que se desenrolasse em termos desta natureza...
At 7:20 PM, Paulo Cunha Porto said…
Oh Pedro existe uma Coisa que se chama Revelação. Pode-se não acreditar nela por não se considerar suficientes as provas que outros acham. É o agnosticismo, que merece respeito. Não se pode fazer afirmações da inexistência Daquilo que os Crentes acreditam, pois não se tem prova alguma em que estribar essa negação, ou cairíamos no ateísmo, que tudo merece menos ser respeitado.
Pensei que tivesse uma ideia de que os milagres são momentos excepcionais. Se toda a gente de Deus andasse à espera de que a Divina Intervenção que lhes resolvesse os probleminhas quotidianos, já não haveria Crentes. E reservo-me o direito de fazer as vénias que entenda.
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