O Momento Inoportuno
Já tinha apelado, dias atrás, à demissão do então Ministro italiano das Reformas Roberto Calderoli, por se ter gabado da impressão das caricaturas dinamarquesas em camisolas e de ir usar as mesmas. Fi-lo, por considerar a conduta incompatível com a dignidade de Estado que qualquer Ministro tem o dever de fingir observar, se não conseguir fazê-lo sincera e espontaneamente. O Sr. Berlusconi nada respondeu. Sugeriu-lhe agora a renúncia, no que foi atendido, em sequência do ataque ao Consulado Italiano da cidade líbia de Benghazi, com o lúgubre resultado de 11 mortos. Se a primeira actuação foi má, esta foi pior. Por permitir pensar-se que é de um país estrangeiro que se determina a composição do governo de um estado europeu, certamente. Mas mais, por não só diluir a responsabilidade dos facínoras que empreenderam o ataque, como por relativizar a acção criminosa, implementando nos espíritos a ideia de que a mediocridade e a destruição assassina são susceptíveis de reprovação equiparável. Se isto é sentido de Estado, vou ali e já venho.
6 Comments:
At 6:04 PM, Anonymous said…
En Benghazi, Libia, se encuentran condenadas a muerte siete enfermeras bulgaras por presunto contagio de Sida a niños......
At 7:48 PM, Paulo Cunha Porto said…
Bem sei, Caro Amigo, mas creio que já houve um compromisso de não serem executadas e de a pena ser substancialmente mais baixa do que a exultante propaganda Khadaffiana pretendia.
Ab.
At 8:21 PM, Anonymous said…
Quando uns desenhos - que não passam de rabiscos de lápis redutores em si mesmos, se vistos objectivamente e racionalmente - se sobrepõem à vida e são motivo suficiente de cóleras, iras e destruições como as que assistimos, bem como a uma tentativa enraizada de conquista e sobreposição dos valores ocidentais, olha, vou ali contigo e voltamos os dois.
At 9:07 PM, Paulo Cunha Porto said…
"Bora lá"!
At 11:56 AM, Anonymous said…
Meu caro. Quando em Espanha Zapatero foi eleito pela Al-Qaeda, a presunção da capacidade de interferência nas políticas internas dos países Europeus, ficou inteiramente provada.
Ora se fomos nós a dar esse sinal, de que nos queixarmos agora?
Um abraço.
At 12:01 PM, Paulo Cunha Porto said…
Dura verdade, Caro «Velho». A minha esperança era que tivesse ficado de emenda, tivesse sido uma vez sem exemplo, etc. e tal. Pura ingenuidade. A minha mão está estendida à palmatória que é a Europa inteira. E nós nela! Arre!
Grande abraço.
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