Ao Caminho!
Irrisória crendice a que julga poder combater a frieza com o afastamento, ou a sua rival, sempre desejosa de se embuçar. Se o
recurso da segunda se revela eficaz contra o frio ambiente, é, sem escapatória imaginável, criador de outra frieza - a que se fecha nos olhares circundantes. Mas todo o erro passa por pensar ter o engano ficado a dever-se a uma escolha infeliz do espaço, quando o que falhou foi a selecção devida do tempo. Porque há sempre um momento certo para percorrermos o caminho que só tem as árvores desnudadas por testemunhas. Treino mental que, como o físico, pode fortalecer, desde que não vicie. O que basta não é o que, irrevogavelmente, obceca.
recurso da segunda se revela eficaz contra o frio ambiente, é, sem escapatória imaginável, criador de outra frieza - a que se fecha nos olhares circundantes. Mas todo o erro passa por pensar ter o engano ficado a dever-se a uma escolha infeliz do espaço, quando o que falhou foi a selecção devida do tempo. Porque há sempre um momento certo para percorrermos o caminho que só tem as árvores desnudadas por testemunhas. Treino mental que, como o físico, pode fortalecer, desde que não vicie. O que basta não é o que, irrevogavelmente, obceca.
3 Comments:
At 11:24 PM, Jansenista said…
???????????????? Mistério...
At 3:44 AM, Maria Carvalhosa said…
Querido Paulo,
palavras sábias, as tuas, como é apanágio de (quase) todas as que publicas no teu espaço(há que dar o benefício da dúvida, para cobertura daqueles dias menos inspirados, não é?).
E como é curioso julgar (sentir) que conheço o homem por detrás das palavras!
A este propósito, lembrei-me agora de um poeta meu amigo que eu, supostamente, "conhecia" mesmo, e me pôs no meu devido lugar quando, ao abrir um dos seus livros, após a sua morte, dei a verdadeira importância a algo que ele, em tempos, tinha escrito:
"Um dia alguém dirá de mim:
eu conheci-o.
E mentirá assim."
Seguindo esta linha de pensamento, e como tributo ao meu velho amigo desaparecido:
um beijo para ti, Paulo, amigo desconhecido.
At 9:02 AM, Paulo Cunha Porto said…
Caro Jansenista:
Não tão grande, em todo o caso, como um outro, prestes a desvendar-se...
Hihihihihihi!
Querida Maria:
O conhecimento do Outro é, já se sabe, sempre, uma criação nossa. O que não tem mal algum. Sintoma de proximidade, essa actividade criadora e criativa resulta, afinal em testemunho do interesse despertado no espírito de Outrem. A mais difícil e compensadora das partilhas.
Abraço e beijinhos.
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