Afecto do Outro Lado
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A efeméride de hoje não é protagonizada por uma qualquer piquena jeitosa. 7 de Fevereiro era a data de nascimento de um escritor de que muito gosto. Habituado a ser catalogado à Direita, esta é uma das mais inamovíveis predilecções que alimento à Esquerda. Sinclair Lewis ainda hoje é razoavelmente lembrado pelo «Babitt» que escreveu e, da literatura, passou para a sociologia. É obra importante. Mas também o são outros livros que redigiu. Os meus favoritos: «Rua Principal», em que, longe de demonizá-la, nos dá uma personagem feminina maior, vítima da própria inconstância; e, acima de todos, «Dr. Arrowsmith». Ninguém como ele consequiu pintar a mediocridade das aspirações, contraposta à simpatia pelas pobres desilusões do homem contemporâneo, numa sociedade materialista. É o autor de uma das frases de que mais gosto: «Ninguém suporta que lhe digam que não tem sentido de humor, ou que não conhece o sofrimento» Nesta curta sentença está o resumo de toda a espiritualidade de que o homem médio - expressão horrível -, no mundo de hoje é capaz: a de se imaginar vítima de maiores padecimentos do que aqueles que a imparcialidade lhe reconheceria e a de ser capaz de desviar o peso das agruras da vida para a elegância do sorriso que não caia na gargalhada.
A efeméride de hoje não é protagonizada por uma qualquer piquena jeitosa. 7 de Fevereiro era a data de nascimento de um escritor de que muito gosto. Habituado a ser catalogado à Direita, esta é uma das mais inamovíveis predilecções que alimento à Esquerda. Sinclair Lewis ainda hoje é razoavelmente lembrado pelo «Babitt» que escreveu e, da literatura, passou para a sociologia. É obra importante. Mas também o são outros livros que redigiu. Os meus favoritos: «Rua Principal», em que, longe de demonizá-la, nos dá uma personagem feminina maior, vítima da própria inconstância; e, acima de todos, «Dr. Arrowsmith». Ninguém como ele consequiu pintar a mediocridade das aspirações, contraposta à simpatia pelas pobres desilusões do homem contemporâneo, numa sociedade materialista. É o autor de uma das frases de que mais gosto: «Ninguém suporta que lhe digam que não tem sentido de humor, ou que não conhece o sofrimento» Nesta curta sentença está o resumo de toda a espiritualidade de que o homem médio - expressão horrível -, no mundo de hoje é capaz: a de se imaginar vítima de maiores padecimentos do que aqueles que a imparcialidade lhe reconheceria e a de ser capaz de desviar o peso das agruras da vida para a elegância do sorriso que não caia na gargalhada.
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