Dois pesos, Duas Medidas

No caso da devolução das pinturas de Klimt aos herdeiros dos proprietários delas desapossados pelo Nacional-Socialismo, o misantropo, como sujeito respeitador da propriedade que é, saúda a decisão, embora espere que o público não venha a ser privado de as contemplar e gostasse de ver melhor explicada a tal coacção de 1946(!) que terá levado à renúncia aos direitos respectivos.
O que convinha sublinhar é a contradição no pensamento do poder público norte-americano, o qual, pela Administração, recusou que cidadãos seus ficassem sujeitos a julgamento por um tribunal internacional penal, de resto um empreendimento coxo; mas que, por decisão do Supremo, considerou os tribunais americanos competentes para julgarem o pleito entre o Governo Austríaco e a demandante, num caso em que nunca os quadros estiveram, em permanência, no território da Federação.
Qualquer dia serão as leis e juízes estagiários dos EUA que julgarão os processos da Europa. No tocante a certos criminosos até nem seria mau. O pior é o resto.