Interrogação
A imagem intitula-se «Um Pássaro Estranho». Em que medida poderemos obter certezas de uma silhueta, libertos da caverna de uma vida, mas acorrentados às conformações do dia? E que capacidade nos resta de distinguir o humano do que o não é, como de percepção da existência da Alma? O que é? O que nos diz? O que não se perde no fundo que absorve? E que critério e consequência tiramos de um destaque que operámos?
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4 Comments:
At 10:33 PM, Anonymous said…
Um pastor, atento que olha o seu rebanho, do alto da Serra?
Um pássaro, desolado, que perdeu o seu bando?
Um boneco de neve, solitário, deixado por passageiros da montanha?
Talvez,nada nem ninguém, ainda, se libertou da caverna da vida.
Parabéns pela prosa, e pela imagem.
At 9:10 AM, Paulo Cunha Porto said…
Muito obrigado pelos votos, Kamikaze Amigo. Também já deixei o meu no lugar apropriado.
Ao Anónimo Contribuinte para o enrequecimento do "post": magníficos alvitres, conferindo uma envergadura maior a uma figura que começa a ver dispersa pela luz a sombra que imperava.
Abraços.
At 3:34 AM, Viajante said…
Silhueta na aurora ou no crepúsculo.
Ave assaz semelhante à silhueta humana, de longa capa, vigiando o horizonte: certifica-se do nascer do Sol? ou do brilhar da estrela d'Alva? Pode ser águia ou esfinge? Voadora em repouso, impassível mitologia?
A questão da estranheza é da simbologia da ave? A leveza imóvel, o voo retido e diferido.
E se fosse mesmo o que parece, silhueta encorvada e coberta? estar-se-á perante o repouso do guerreiro em vez da pausa da caçadora?
divertida, fico por aqui!
At 7:27 AM, Paulo Cunha Porto said…
Abençoado o momento em que a Vajante se divertiu. É a virtude de alguns enigmas.
Serão o repouso do guerreiro» e a «pausa da Caçadora» difíceis de conciliar? Não serão, pelo contrário, a simetria convergente que leve a guerras e caças mais felizes? E, nesse caso, teríamos de seguir o olhar da Figura, que nos não é dado a ver, como o/A destinatário/a dele, ou Dela. Mas uma coisa parece impor-se: a luz surge pelas costas da silhueta, pelo que sugere o raiar de uma esperança e não o olhar já nostálgico e conformado que acompanha, melancolicamente, o Pôr-do-Sol.
Beijo e Feliz Natal. Obrigado por Esta deliciosa Visita que entrou pela "chaminé".
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