Castelos no Ar
O texto de Luís Naves, hoje, no «DN», dá-nos conta de algo
que já se temia: a tentação de ludibriar os europeus por
parte dos dirigentes dos vários países. A Sr.ª Merkel,
reafirmando a falta de imaginação que lhe suspeitavam os
observadores, veio lançar a ideia de uns retoques cosméticos
no atolado Projecto de Constituição Europeia, através da
inclusão nele de uma declaração versando a «dimensão social».
Presume-se que, sendo a maquilhagem uma operação prévia da
entrada em palco, este acto da Chanceler Alemã indicie uma
tentativa de recuperar o que foi rejeitado, com alterações
ainda menos sólidas do que as motivadas pelo célebre "não"
dinamarquês, noutro contexto.
Pura batota de quem insiste em fazer crer que só foi rejeitado
aquele projecto constitucional, naquela precisa forma; e que
qualquer alteração insignificante o poderá tornar apto a voltar
à mesa. O que foi rejeitado foi a intenção de confundir a
integração com o constitucionalismo formal, a tentativa de
aprofundar o europeísmo com Pátrias tornadas Regiões, a
partir de cima, sem bases concretas em que assente.
Tratem os políticos europeus de governar e construir alicerces
de assimilação que não destruam as especificidades. Se chegarem
a conseguir algo capaz, poder-se-á pensar em reduzir a um texto
que encime os aspectos comuns que unem. Não caiam na tentação
de macaquear os liberais constitucionalistas dos séculos
passados que, sem respeito pelas materialidades constitucionais
dos Povos, resolveram determinar, a partir de palavras ditadas,
a infelicidade vindoura.
Não foi este o presente de Natal que pedimos.
que já se temia: a tentação de ludibriar os europeus por
parte dos dirigentes dos vários países. A Sr.ª Merkel,
reafirmando a falta de imaginação que lhe suspeitavam os
observadores, veio lançar a ideia de uns retoques cosméticos
no atolado Projecto de Constituição Europeia, através da
inclusão nele de uma declaração versando a «dimensão social».
Presume-se que, sendo a maquilhagem uma operação prévia da
entrada em palco, este acto da Chanceler Alemã indicie uma
tentativa de recuperar o que foi rejeitado, com alterações
ainda menos sólidas do que as motivadas pelo célebre "não"
dinamarquês, noutro contexto.
Pura batota de quem insiste em fazer crer que só foi rejeitado
aquele projecto constitucional, naquela precisa forma; e que
qualquer alteração insignificante o poderá tornar apto a voltar
à mesa. O que foi rejeitado foi a intenção de confundir a
integração com o constitucionalismo formal, a tentativa de
aprofundar o europeísmo com Pátrias tornadas Regiões, a
partir de cima, sem bases concretas em que assente.
Tratem os políticos europeus de governar e construir alicerces
de assimilação que não destruam as especificidades. Se chegarem
a conseguir algo capaz, poder-se-á pensar em reduzir a um texto
que encime os aspectos comuns que unem. Não caiam na tentação
de macaquear os liberais constitucionalistas dos séculos
passados que, sem respeito pelas materialidades constitucionais
dos Povos, resolveram determinar, a partir de palavras ditadas,
a infelicidade vindoura.
Não foi este o presente de Natal que pedimos.
2 Comments:
At 12:37 PM, João Villalobos said…
Ora vês? Além de escrever no nosso blogue, o Luís ainda tem tempo para artigos no DN inspiradores do Misantropo...:)
At 12:39 PM, Paulo Cunha Porto said…
Tinha pensado nisso, justamente. É muitíssimo esclarecedor. Dá-Lhe, por favor os parabéns, da minha parte.
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