J.A.S.
Nunca partilhei a condenação em que muitas Pessoas
próximas de mim fazem habitualmente incorrer o Arq.º
Saraiva. No «Política à Portuguesa», que li sempre
atentamente, o que vi não foi a banalidade de que,
por uso, é acusado. Vi, claro como a água, uma
tentativa de identificação com o maioritário leitor
do «Expresso», mas, dentro dessa infeliz rota, penso
que procurava uma isenção e uma sensatez, posicionando-
-se caso a caso e, caso a caso, trazendo a lume um
aspecto fulcral sobre o qual visse cofusão na opinião
pública. O problema é que a maior parte dos problemas
políticos têm mais do que um aspecto essencial. Mas isso
era realidade a mais do que a que a espécie ledora
daquele jornal aguentaria, parafraseando mal e porcamente
Eliot.
O resto é a ausência do estilo de um Valente ou de um Moura,
da direccionalidade afrontosa de um Tavares ou da ostensiva
marginalidade dentro do sistema de um P. Pereira. Mas, nas
mais das vezes, penso ter falado com verdade. Optou sempre
foi por apenas focar a parcela epidérmica dela. O que seria,
porventura o adequado a um semanário institucional. Onde
faltou o golpe d´asa esteve sempre patente a atenção e, quase
sempre, algum acerto. Um ponto a favor: escreveu um livro
bastante interessante, pelas revelações e confirmações que traz
- as «Memórias de um Director de Jornal».
Agora que abandona o poleiro que ocupou durante 21 anos,
desejo-lhe felicidades no percurso que escolher. É companhia
a que me habituei.
próximas de mim fazem habitualmente incorrer o Arq.º
Saraiva. No «Política à Portuguesa», que li sempre
atentamente, o que vi não foi a banalidade de que,
por uso, é acusado. Vi, claro como a água, uma
tentativa de identificação com o maioritário leitor
do «Expresso», mas, dentro dessa infeliz rota, penso
que procurava uma isenção e uma sensatez, posicionando-
-se caso a caso e, caso a caso, trazendo a lume um
aspecto fulcral sobre o qual visse cofusão na opinião
pública. O problema é que a maior parte dos problemas
políticos têm mais do que um aspecto essencial. Mas isso
era realidade a mais do que a que a espécie ledora
daquele jornal aguentaria, parafraseando mal e porcamente
Eliot.
O resto é a ausência do estilo de um Valente ou de um Moura,
da direccionalidade afrontosa de um Tavares ou da ostensiva
marginalidade dentro do sistema de um P. Pereira. Mas, nas
mais das vezes, penso ter falado com verdade. Optou sempre
foi por apenas focar a parcela epidérmica dela. O que seria,
porventura o adequado a um semanário institucional. Onde
faltou o golpe d´asa esteve sempre patente a atenção e, quase
sempre, algum acerto. Um ponto a favor: escreveu um livro
bastante interessante, pelas revelações e confirmações que traz
- as «Memórias de um Director de Jornal».
Agora que abandona o poleiro que ocupou durante 21 anos,
desejo-lhe felicidades no percurso que escolher. É companhia
a que me habituei.
4 Comments:
At 2:08 AM, Anonymous said…
Curioso, o seu ponto de vista «civil» sobre o arquitecto, que no meio jornalístico deve ser a figura activa na profissão mais alvo de chacota, constante e contumaz...
At 6:21 AM, Paulo Cunha Porto said…
Isso, Caro Eurico, imagino que seja por o verem como um "alien", não como vero jornalista.
Eu não tenho essas conformações prévias. Procuro abordá-lo pelo que escreve, simplesmente, sem me meter nas lutas internas do empregador do homem, ou nos rancores ajuntados pelos profissionalões da "press".
At 11:38 AM, o engenheiro said…
Nunca percebi se o arquitecto comungava a atracção do iluminado tio pelo Grande Arquitecto...
Mas aventais à parte, filho de peixe sabe mesmo nadar. Considero o paizinho do nosso quase-ex-director um dos maiores pensadores do séc. XX português.
Como sabes, não leio pasquins. Quem se perfila para lhe suceder ?
At 11:47 AM, Paulo Cunha Porto said…
Tudo aponta para o Henrique Monteiro. Gosto do humor dele em «Cartas do Comendador». O resto ver-se-á.
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