A Promessa de Lawrence
Sabe-se como a Jordânia e o Iraque emanaram
da distribuição familiar resultante de os estadistas
britânicos não terem querido ou podido cumprir a
promessa de dar independência a um grande estado
unitário que abrangesse os dois países. Mas parece
agora haver um sinal de internacionalização de um
movimento que pode redundar no que Nasser sempre sonhou
e Bin Laden, abertamente, nunca defendeu: o pan-arabismo.
Falo do ataque a Aqaba, na Jordânia, a confirmar-se
caber a sua autoria ao grupo de al-Zarkawi. A ascensão
deste no plano do terrorismo internacional estava até
agora confinada ao combate ao invasor americano no Iraque,
como vaga delegação da Al-Qaeda, apesar de a ligação,
pelos azares da guerra, se ter vindo a reduzir a pouco mais
que aos laços sentimentais mestre-discípulo.
Só que, se a doutrina de Bin Laden sempre assentou na
unidade dos Crentes contra o Diabo irreligioso do Ocidente,
legitimando a própria luta na natal Arábia Saudita pela
necessidade de "libertação" e "pureza" dos Lugares Santos,
a acção de Zarkawi parece ter vindo a laicizar-se. Não sei
se o chefe da resistência no Iraque tem um projecto definido.
Os seus actos, porém, se o deixarem, poderão redundar na
formação de um estado com dimensão ameaçadora para o já abalado
equilíbrio regional. E será interessante ver se a unidade
shihita resistirá a esta perspectiva: No Irão, simpatias por
uma unidade do Islão, apesar das diferenças doutrinárias com
Osama. No Iraque, a ambição de reger enfim o seu estado, que
Zarkawi pode frustrar. Que nos trará o Futuro? Julgando-se
vencedores e prestes a ser atendidos, os companheiros árabes
de Lawrence também gritaram: «Aqaba! Aqaba!»...
da distribuição familiar resultante de os estadistas
britânicos não terem querido ou podido cumprir a
promessa de dar independência a um grande estado
unitário que abrangesse os dois países. Mas parece
agora haver um sinal de internacionalização de um
movimento que pode redundar no que Nasser sempre sonhou
e Bin Laden, abertamente, nunca defendeu: o pan-arabismo.
Falo do ataque a Aqaba, na Jordânia, a confirmar-se
caber a sua autoria ao grupo de al-Zarkawi. A ascensão
deste no plano do terrorismo internacional estava até
agora confinada ao combate ao invasor americano no Iraque,
como vaga delegação da Al-Qaeda, apesar de a ligação,
pelos azares da guerra, se ter vindo a reduzir a pouco mais
que aos laços sentimentais mestre-discípulo.
Só que, se a doutrina de Bin Laden sempre assentou na
unidade dos Crentes contra o Diabo irreligioso do Ocidente,
legitimando a própria luta na natal Arábia Saudita pela
necessidade de "libertação" e "pureza" dos Lugares Santos,
a acção de Zarkawi parece ter vindo a laicizar-se. Não sei
se o chefe da resistência no Iraque tem um projecto definido.
Os seus actos, porém, se o deixarem, poderão redundar na
formação de um estado com dimensão ameaçadora para o já abalado
equilíbrio regional. E será interessante ver se a unidade
shihita resistirá a esta perspectiva: No Irão, simpatias por
uma unidade do Islão, apesar das diferenças doutrinárias com
Osama. No Iraque, a ambição de reger enfim o seu estado, que
Zarkawi pode frustrar. Que nos trará o Futuro? Julgando-se
vencedores e prestes a ser atendidos, os companheiros árabes
de Lawrence também gritaram: «Aqaba! Aqaba!»...
1 Comments:
At 11:34 AM, Anonymous said…
Zarkawi, K.O.
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