Leitura (nada) Matinal -45
Ah, a Esperança! Não é dela que vou falar. A condição
sine qua non do caminho para o Senhor oferece escolhos
que só o génio de um Péguy no «Pórtico do Mistério da
Segunda Virtude» está à altura de abordar. O meu talento
de pregador é nulo. Vou pois por outro caminho.
Também não quero cair na focagem míope das esperanças
comezinhas e egoístas. Agonia-me este mundo em que, com
desfaçatez e brincando com as palavras, se ensina nas faculdades
de Direito que a esperança é menos que uma expectativa.
Prefiro propor-vos uma adequada via média: trouxe hoje um poema
que aborda uma esperança menor que a Virtude Teologal, mas que
é infinitamente mais digna do que as aspiraçõezinhas atomizadas
unilaterais de cada homem vulgar. Falo da esperança que conduz
à procura da Excelência e que, nesse âmbito, só tem um carácter
mais diminuto do que a que aponta para a Eternidade. Não a podemos
acusar de efémera, já que persegue o contrário dessa condição. Mas
é, definitivamente, muito pálida, ao lado Da que mais importa. Dela
- e dos obstáculos que lhe dão grandeza - falou Píndaro, na Oitava
Pítica, aqui em tradução de Robert Brasillach, publicada na bela
«Anthologie de la Poésie Grecque»:
LE SONGE D´UNE OMBRE
...Sur les quatre tu t´es jeté,
Sans remords, et d´en haut tombé!
Ils n´ont pas connu comme toi
La rentrée du stade et la joie.
Point de rire, point de douceur
Prés de leur mère à leur retour
Mais, tout au long des carrefours,
Loin des yeux de leurs ennemis,
Ils sont cachés, le coeur meurtri.
Oui, d´une victoire nouvelle,
On s´envole, la joie au coeur.
L´espérance a donné ses ailes,
On desire bien plus que l´or.
La gloire des mortels en un jour a grandi,
Mais un jour suffit au contraire
Pour qu´elle soit jetée a terre,
Frappée par le destin qui n´a jamais fléchi.
Ettre borné par un seul jour,
Qui est-il? et qui n´est-il pas?
L´homme est le songe que fait l´ombre...
Mais quand un rayon dieudonné
Est venu sur lui et le touche,
Une lumière claire en nait,
Et soudain, la vie lui est douce.
sine qua non do caminho para o Senhor oferece escolhos
que só o génio de um Péguy no «Pórtico do Mistério da
Segunda Virtude» está à altura de abordar. O meu talento
de pregador é nulo. Vou pois por outro caminho.
Também não quero cair na focagem míope das esperanças
comezinhas e egoístas. Agonia-me este mundo em que, com
desfaçatez e brincando com as palavras, se ensina nas faculdades
de Direito que a esperança é menos que uma expectativa.
Prefiro propor-vos uma adequada via média: trouxe hoje um poema
que aborda uma esperança menor que a Virtude Teologal, mas que
é infinitamente mais digna do que as aspiraçõezinhas atomizadas
unilaterais de cada homem vulgar. Falo da esperança que conduz
à procura da Excelência e que, nesse âmbito, só tem um carácter
mais diminuto do que a que aponta para a Eternidade. Não a podemos
acusar de efémera, já que persegue o contrário dessa condição. Mas
é, definitivamente, muito pálida, ao lado Da que mais importa. Dela
- e dos obstáculos que lhe dão grandeza - falou Píndaro, na Oitava
Pítica, aqui em tradução de Robert Brasillach, publicada na bela
«Anthologie de la Poésie Grecque»:
LE SONGE D´UNE OMBRE
...Sur les quatre tu t´es jeté,
Sans remords, et d´en haut tombé!
Ils n´ont pas connu comme toi
La rentrée du stade et la joie.
Point de rire, point de douceur
Prés de leur mère à leur retour
Mais, tout au long des carrefours,
Loin des yeux de leurs ennemis,
Ils sont cachés, le coeur meurtri.
Oui, d´une victoire nouvelle,
On s´envole, la joie au coeur.
L´espérance a donné ses ailes,
On desire bien plus que l´or.
La gloire des mortels en un jour a grandi,
Mais un jour suffit au contraire
Pour qu´elle soit jetée a terre,
Frappée par le destin qui n´a jamais fléchi.
Ettre borné par un seul jour,
Qui est-il? et qui n´est-il pas?
L´homme est le songe que fait l´ombre...
Mais quand un rayon dieudonné
Est venu sur lui et le touche,
Une lumière claire en nait,
Et soudain, la vie lui est douce.
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