Leitura Matinal -44
«O homem superior pensa na virtude. O homem inferior
pensa no conforto»
Confúcio
De entre as fontes vivenciais da descrença duas há que
avultam desde tempos bem remotos. São elas baseadas no
desgosto de ver o mal grassar pelo Mundo e no facto de
a vidinha não correr ao indivíduo em questão com as
facilidades que ele desejaria. A última decorre em grande
parte da viciação numa sociedade de exigência individualista
que procura abolir o esforço, salvo no que ele tenha de
exibicionismo, seja em matéria de carreira profissional,
seja em sede de forma física.
A primeira cogitação é mais interessante. E encontra a
sua génese noutras fraquezas, tais como o infantilismo e
o optimismo. Começa por culpar Deus do que o Homem faz e,
paradoxalmente, acaba, na impotência de engendrar represália
maior, por negar-lhe a Existência. A Divindade seria Má se
não proporcionasse o livre arbítrio, já que a liberdade é o
bem mais precioso; mas é péssima por não intervir e evitar a
maldade humana. A um tempo temos a atitude da criança que pede
a protecção do Pai e a do adolescente que exige que lhe seja
dado espaço. Em simultâneo, o que é grave.
O resto é pura ufania, a exclusão de si do mundo dos maus. E
despeito por, não vendo na Terra a papinha feita, classificar
a Outra Vida de balela pura.
Repita-se, estas asneiras são velhas como o Mundo. Muita da
revolta contra a divindade é semeada pela décalage entre o
reconhecimento terreno esperado e o auferido.
Já Bartolomé Leonardo de Argensola o sabia quando escreveu:
«Dime, Padre común, pues eres justo,
Por qué ha de permitir tu providência
Que, arrastando prisiones la inocencia,
Suba la fraude a tribunal augusto?
»Quien da fuerzas al brazo que rubusto
Hace a tus leyes firme resistencia,
Y que el celo, que más la reverencia,
Gima a los pies del vencedor injusto?
»Vemos que vibran vitoriosas palmas
Manos inicuas, la virtud gimiendo
Del triunfo en el injusto regocijo.»
Esto decia yo, cuando riendo
Celestial ninfa apareció, y me dijo:
«Ciego! es la tierra el cientro de las almas?»
pensa no conforto»
Confúcio
De entre as fontes vivenciais da descrença duas há que
avultam desde tempos bem remotos. São elas baseadas no
desgosto de ver o mal grassar pelo Mundo e no facto de
a vidinha não correr ao indivíduo em questão com as
facilidades que ele desejaria. A última decorre em grande
parte da viciação numa sociedade de exigência individualista
que procura abolir o esforço, salvo no que ele tenha de
exibicionismo, seja em matéria de carreira profissional,
seja em sede de forma física.
A primeira cogitação é mais interessante. E encontra a
sua génese noutras fraquezas, tais como o infantilismo e
o optimismo. Começa por culpar Deus do que o Homem faz e,
paradoxalmente, acaba, na impotência de engendrar represália
maior, por negar-lhe a Existência. A Divindade seria Má se
não proporcionasse o livre arbítrio, já que a liberdade é o
bem mais precioso; mas é péssima por não intervir e evitar a
maldade humana. A um tempo temos a atitude da criança que pede
a protecção do Pai e a do adolescente que exige que lhe seja
dado espaço. Em simultâneo, o que é grave.
O resto é pura ufania, a exclusão de si do mundo dos maus. E
despeito por, não vendo na Terra a papinha feita, classificar
a Outra Vida de balela pura.
Repita-se, estas asneiras são velhas como o Mundo. Muita da
revolta contra a divindade é semeada pela décalage entre o
reconhecimento terreno esperado e o auferido.
Já Bartolomé Leonardo de Argensola o sabia quando escreveu:
«Dime, Padre común, pues eres justo,
Por qué ha de permitir tu providência
Que, arrastando prisiones la inocencia,
Suba la fraude a tribunal augusto?
»Quien da fuerzas al brazo que rubusto
Hace a tus leyes firme resistencia,
Y que el celo, que más la reverencia,
Gima a los pies del vencedor injusto?
»Vemos que vibran vitoriosas palmas
Manos inicuas, la virtud gimiendo
Del triunfo en el injusto regocijo.»
Esto decia yo, cuando riendo
Celestial ninfa apareció, y me dijo:
«Ciego! es la tierra el cientro de las almas?»
1 Comments:
At 11:57 AM, Anonymous said…
Não posso mais com esta profundeza de pensamentos logo pela manhã. Onde estão as fotos das belas miúdas?. Ass:(In)paciente.
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