Quem Vem Lá?

No seguimento do que vos disse Quarta-Feira:
Não foi Rehnquist, foi O´Connor quem apresentou a carta de
renúncia. Era tida como o fiel da balança que inclinava as decisões
do Supremo ora para a ala conservadora, ora para a metade liberal.
Em duas decisões célebres por 5-4 votou com a maioria: para não
"revogar" a decisão Roe versus Wade, que liberalizou o aborto; em
sentido oposto, deu também a vitória legal, decidindo formalmente a
disputa eleitoral, a Bush contra Gore.
A imprensa norte-americana interroga-se sobre a hipótese de nomeação
dum juiz contra o aborto modificar o equilíbrio, dando o passo final às
sucessivas vitórias parciais que o movimento pro-life vem averbando
desde os anos 80´s. Mas levanta a dúvida, por pensar que o Presidente
quererá nomear um juiz "conservador" mas pró-aborto. Cita-se o actual
titular da Justiça, o Attorney General Gonzales.
Creio que é uma falsa questão. Suspeita muito minha: mesmo nomeando
alguém que vote consistentemente contra o aborto, a maioria não mudará.
É que duvido muito de que, nesse caso, o Justice Anthony Kennedy,
moderadíssimo como tenta sempre ser, se aguente daquele lado da barricada.