O Enrichissez-vous de Guizot (a)celerado

Nunca se espere que eu me junte ao coro de críticas
ao Ministro das Finanças com argumentações que,
sequer remotamente, estimulem ou legitimem a inveja
social. Conseguiu ums cobres valentes? Goze-os, pois.
O meu ponto toca noutra faceta - a falta de pudor.
Porquê? Por uma pressazita em aceder a uma pensão
invulgar, quando, quase em simultâneo, impõe demoras
acrescidas à obtenção das reformas dos pobres governados
que não têm ordenados ministeriais para lhes adicionar. E,
pormenorzinho delicioso, por ter permitido que a decisão
benfeitora de si, continuasse a competir a um exclusivo grupo
de três, dos quais um é o próprio beneficiado, ou o seu
representante.
E o Prof. Borges, do P. S. D., ao vir defender o seu colega
do P. S., dizendo que não são só os pobres que têm direito
a ser ministros, mostra não entender nada disto. Para além
de ter deixado escapar que considera um desempenho
governamental como direito e não como serviço, demonstra
não entender o que tudo isto foi: uma miseravelzinha exibição
do que Assis Esperança chamou «a avidez da ganhuça».