UUUUUUUUiii!, que Medo!

A Comunicação Social que vamos tendo insiste, num escusado
exercício de psitacismo, em atribuir os nãos francês e holandês
a medos vários. Como se isto fosse novidade! Quando um sujeito
enche o saco, no supermercado, é porque tem medo de ficar sem
comida em casa; ao comprar um carro, é porque tem medo de
andar sempre a pé; quando chega a vias de facto com uma garota,
já se sabe, tem medo de ficar em branco; e quando (voluntariamente)
não chega, é porque tem medo de molhar o bico. Se, numa eleição
escolhe - aaaarghhhhhh - um partido, teme que todos os outros sejam
piores; e se se resolve abster, apavora-o a noção de que são todos iguais.
Neste mundo de medrosos que é o nosso, o não à finada Constituição
Europeia é, ainda assim, atribuível ao mais desculpável dos medos:
o medo do disparate.