A dolorosa Via de S. Francisco

Vai avançada a leitura do Nº 10 dos «Cahiers de
Franjeaux», dedicado aos Espirituais franciscanos,
sobretudo os da Provença, seus precursores e suas
conexões nos Séculos XIII e XIV. Dos estudos já
devorados, avulta a figura de Pierre Jean Olieu, que
conseguiu conciliar uma visão radical do que deveria
ser a interpretação fiel da regra da Ordem dos Frades
Menores com a pregação de um respeito absoluto pela
Autoridade Papal, ao ponto de um biógrafo o ter
considerado o primeiro defensor da Infalibilidade Pontifícia.
É tanto mais interessante compreender a polémica destes
primórdios, acerca de como se deveria seguir o legado de
S. Franciso, quanto se sabe como, nos séculos posteriores,
a questão da observância, com a concomitante interdição
a cada franciscano de aceitar graus e cátedras nas universidades,
fez pulverizar-se o ensino das doutrinas de Duns Escoto, face
à rival filosofia de S. Tomás, universalizada pelos dominicanos.
A mais lídima pureza, por vezes, é cotraproducente.