O Misantropo Enjaulado

O optimismo é uma preguiça do espírito. E. Herriot

Saturday, January 06, 2007

A Respeito do Respeito


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Devo confessar que nunca fui grande admirador da Norma Jean metamorfoseada em Monroe. Irritava-me o cabelo, a eterna caução de todas as burrices que um casamento com um intelectual parecia exibir, a persistência em representar na vida o papel da personagem que se tirava das suas interpretações cinematográficas, com artificialidade da voz e outros truques baratos. Pois ontem os meus olhos patinaram pelas «CONVERSAÇÕES COM MARILYN», de W. J. Weatherby e o conceito em que a tinha não melhorou um niquito. Falando de «Sir Olivier», no que cai na pecha de muitos que ignoram ser este tratamento ligado ao nome próprio, contrariamente a Lord, adequado a apelidos ou títulos exógenos, diz: «Ao princípio portei-me mal com ele, fi-lo eperar, coisa que odeia. Mas é que se não se respeita os artistas, eles não trabalham bem. Há que lutar por conseguir o respeito».
Ou seja, não é exclusivo das insuficiências dos portugas a ilusão de que fazer os restantes secar é sinónimo de importância e que desrespeitando o Outro se alcança para si o desiderato correspondente ao oposto. Nunca ensinaram a este Mito do Século XX que o respeito é o que é preciso ter para se merecer.

9 Comments:

  • At 1:32 PM, Anonymous Anonymous said…

    Ora! Até Bonaparte o fazia...

     
  • At 6:21 PM, Blogger Maríita said…

    Querido Paulo,
    É interessante que traga este assunto à baila, nem lhe passa pela cabeça a quantidade de vezes que eu penso no respeito ou não falta dele e sobretudo, a quantidade de vezes que me espanto porque há tanta gente que parece incapaz de se dar ao respeito. Penso que já lhe disse uma vez que sou um bocadinho antiquada, mas há valores que deveriam ser intemporais.

    Beijinhos

     
  • At 6:41 PM, Anonymous Anonymous said…

    Também embirrei sempre com este símbolo americano e sua vozinha irritante!

     
  • At 7:38 PM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    Meu Caro Miguel:
    Parafraseando um grande Comentador deste blogue, Muita gente há, até o próprio, a julgar-se Napoleão...

    Querida Maria:
    Seremos dois antiquados, então. Mas que fazer e pensar, quando umídolo das massas faz passar o seu conceito de cnsideração pelos minutos de espera que impõe?

    Meu Caro Capitão-Mor.
    Se prejuízo de reconhecer outros trunfos que MM poderia jogar, faz-me impressão que tenha sido aquela a época que a coroou. São contradições que apenas me despertam a coerência de estar do outro lado.
    Beijinhos e abraços.

     
  • At 8:45 PM, Blogger T said…

    Eu por acaso gosto da Marilyn e sempre gostei.
    Por trás da encenação criada pelos estúdios, havia uma mulher sensível, frágil e inteligente.
    Claro que prefiro o vozeirão da divina Greta, mas a Marilyn tinha um it qualquer que prendia: talvez o dark side interior que a consumia, não sei. Que foi destruída pelo sistema, disso não tenho dúvida. Dizem que o Olivier tinha um feitio execrável. E ela roubou-lhe indecentemente cenas no filme que fizeram juntos: mas eu achei graça ao facto.

     
  • At 9:04 PM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    Ela também conta que ele lhe dava conceitos paternais como «mostra-te "sexy"», Querida T, talvez o que ela dispensasse, em suma.
    Ah, mas muitos filmes em que entrou são excelentes. O que não me agrada é o mito gerado à volta e o alimento dele.
    Beijinho.

     
  • At 9:49 PM, Blogger T said…

    Mitos há sempre quando morrem cedo...
    Mostrar-se sexy era tudo o que ela não precisava de se mostrar..era. E eu sou isenta na matéria:)

     
  • At 10:09 AM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    Querida T:
    Inteiramente de acordo quanto à segunda parte, podemos entoar em coro um «não havia necessidade», apesar de isenção neste tópico ser coisa que não posso reivindicar.
    Quanto à primeira parte, apenas ua nota de dúvida, que postarei om ilustração.
    Beijinho.

     
  • At 8:07 PM, Anonymous Anonymous said…

    O que tenho a dizer sobre este comentário, como fã de Marilyn que sou, é o seguinte: só conseguimos apreciar um texto (ou qualquer outra coisa ou pessoa que seja) quando o lemos com isenção, ou seja, sem ideias pré-concebidas. O livro "Conversações com Marilyn" é deveras interessante e com ele podemos "aprender" que Marilyn era uma mulher humana, sensivel, mortal e cheia de defeitos como eu e o Paulo o somos. Se a leitura do Paulo tivesse sido isenta, teria compreendido que por vezes no trabalho, apenas falar com o patrão não resolve as coisas (há pessoas que com dialogo não se vai a lado nenhum). A única maneira de Marilyn se fazer "ouvir" a Olivier que era como seu patrão (ele foi o realizador do filme "O Principe e a Corista") foi exactamente fazê-lo esperar para ele notar que ela estava lá e que também tinha as suas ideias e opinões e que não era apenas uma marioneta; tal como qualquer um de nós no seu trabalho também gosta de ser ouvido quer sejamos um director ou a empregada da limpeza. E aqui está como um ser humano consegue construir parte do seu respeito.
    Marilyn nunca foi na sua vida a loira burra dos papeis que representou, na verdade, ela era tão grande actriz e tão boa naquilo que fazia que as pessoas pensam que ela estava a ser ela própria quando na verdade a mulher estava apenas a representar. A mulher sabia como dar aos homens dos anos 50 aquilo que eles queria, a mulher glamorosa, ideal, perfeita que ninguém é. Ela sabia como transmitir essa imagem NO ECRÃ.
    Paulo, o mito tem a sua razão de ser. Haverá sempre aqueles que os compreendem e aqueles que não os compreendem.
    Saudações Marilyanas ~_.~

     

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