Sentir a Pátria
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É claro que não passava de bravata inaplicável o desafio do falecido Saddam Hussein de resolver a questão Iraquiana em combate singular com o Presidente dos EUA. Mesmo em tempos em que esse mecanismo pareceria mais possível, pela pessoalização de um Povo num Soberano ou num Campeão, a regra, de esmagadora reiteração, foi a decisão caber aos exércitos e não a representantes deles. O Combate dos Chefes pouco passa de um título das aventuras de Astérix. Mas gostaria de ver, no que toca ao nosso País, uma outra disponibilidade: a de, apenas pelo nexo da Herança, cada Português, sem as responsabilidades da chefia do Estado, sentir a nacionalidade à flor da pele, ao ponto de oferecer-se para desagravo da Pátria, sentindo esta insultada ou menosprezada por um estrangeiro.
Como o civilizadíssimo Marquês de Soveral, quando, na roda íntima do futuro Eduardo VII, sem achar piada ao gracejo de um dos próximos do Príncipe, o qual, para entrar com o nosso Diplomata, se lembrara de perguntar «quantos minutos gastaria a esquadra inglesa em bombardear Lisboa», respondeu:
«Bombardear Lisboa, que é um porto indefeso, por meio de uma esquadra, que consta ser a primeira do mundo, nem chega a ser valentia quanto mais heroicidade. Outra coisa seria colocar-se cada inglês em frente de cada português podendo começar-se a experiência pelo que fez a pergunta e pelo que dá a resposta».
Assim como gostaria de ver mais sentido de justiça e apreciação do espírito, como no Real Herdeiro, que mandou aplaudir a saída incómoda para o Seu compatriota e, mais vagamente, para o Seu País.
É claro que não passava de bravata inaplicável o desafio do falecido Saddam Hussein de resolver a questão Iraquiana em combate singular com o Presidente dos EUA. Mesmo em tempos em que esse mecanismo pareceria mais possível, pela pessoalização de um Povo num Soberano ou num Campeão, a regra, de esmagadora reiteração, foi a decisão caber aos exércitos e não a representantes deles. O Combate dos Chefes pouco passa de um título das aventuras de Astérix. Mas gostaria de ver, no que toca ao nosso País, uma outra disponibilidade: a de, apenas pelo nexo da Herança, cada Português, sem as responsabilidades da chefia do Estado, sentir a nacionalidade à flor da pele, ao ponto de oferecer-se para desagravo da Pátria, sentindo esta insultada ou menosprezada por um estrangeiro.
Como o civilizadíssimo Marquês de Soveral, quando, na roda íntima do futuro Eduardo VII, sem achar piada ao gracejo de um dos próximos do Príncipe, o qual, para entrar com o nosso Diplomata, se lembrara de perguntar «quantos minutos gastaria a esquadra inglesa em bombardear Lisboa», respondeu:
«Bombardear Lisboa, que é um porto indefeso, por meio de uma esquadra, que consta ser a primeira do mundo, nem chega a ser valentia quanto mais heroicidade. Outra coisa seria colocar-se cada inglês em frente de cada português podendo começar-se a experiência pelo que fez a pergunta e pelo que dá a resposta».
Assim como gostaria de ver mais sentido de justiça e apreciação do espírito, como no Real Herdeiro, que mandou aplaudir a saída incómoda para o Seu compatriota e, mais vagamente, para o Seu País.
6 Comments:
At 1:50 PM, Jansenista said…
Grande Soveral! Não conhecia esse «repartee», mas confirma a agilidade repentista desse homem muito experimentado. Vamos lá a ver o que vem aí na biografia do Lowndes Marques...
At 3:22 PM, Anonymous said…
Também eu não. Mas ora bolas! O Soveral entregue nas mãos do Lowndes?! Que desastre anunciado! E eu a esperar que fosse colheita da pena do Jansenista! Lá vai o "inglês de serviço" sublimar o seu auto-conceito de "diplomata" no pobre Soveral. The "blue monkey" by the "blond ape"?
At 6:52 PM, Anonymous said…
Antes de o Paulo fazer a referência já eu visualizava mentalmente o glorioso combate entre Abraracourcix e Aplusbégalix. Dada a estrutura do ex-ditador, imagino que Bush, sem poção mágica, optasse igualmente por correr em círculos.
Penso que, na verdade, qualquer português - qualquer um - possui esse espírito. Já convivi com muitos estrangeiros e é fácil (a um nível menos erudito ou menos militarizado, comparado com Soveral) que, entre uma conversa, o português defenda a sua terra - aliás, só o português tem o direito de dizer mal de Portugal.
abraço
At 7:06 PM, Paulo Cunha Porto said…
Meu Caro Jansnista:
O facto vem relatado pelo Rocha Martins, que, não sendo de confiança no que toca a compreender a Grande História, serve para irmos petiscando estes nacos dos banquetes régios.
Hihihihi! Meu Caro Je Maintiendrai:
não condenemos o "Author in Progress", antes de realizada a obra. Pode ser que se transcenda.
Abraços a Ambos.
At 7:09 PM, Paulo Cunha Porto said…
Tem toda a razão, Caro Miguel, é coisa muito nossa. mas olhe que no outro plano, o da decisão política por enfrentamento individual, à mentalidade do "Cowboy", ou do pistoleiro, também poderia ser apetecível a solução. Mas claro que haveria a apurar quanto dela subsiste no americano médio de hoje.
Abraço.
At 11:12 AM, Jansenista said…
Blond Ape? Ahahahahah!
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