O Misantropo Enjaulado

O optimismo é uma preguiça do espírito. E. Herriot

Thursday, January 11, 2007

Recomposição

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Sei perfeitamente que perdi o equilíbrio hoje, muito por culpa de ter visto na véspera contrariadas as esperanças que me tinham dado. O certo é que, ao chegar ao hospital achei-O melhor, o que me foi confirmado, tendo o rim começado finalmente a corresponder e a alimentação a ser absorvida capazmente. Apesar de muita dificuldade no falar, até tentou fazer piadas.
E é com alguma recuperação de confiança que sinto o profundo embaraço por ter incomodado Visitas que nada tinham a ver com isso, chegando, no caso de Alguns, a fazê-Los rememorar as experiências de dor das perdas que sofreram. Tentarei, prometo, que se não repita. Mas, em última análise, é o Eurico que tem razão, no segundo comentário que colocou nesta coluna: sinto-me como o Jimmy Stewart de «DO CÉU CAIU UMA ESTRELA», «o homem mais rico da cidade», porque a maior riqueza está nos Amigos. Com uma diferença: mesmo reconhecendo não nos defrontarmos numa competição, os Meus são muito superiores.

O outro «Equilíbrio», o da imagem, é de Lumme.

14 Comments:

  • At 11:38 PM, Blogger Mário Casa Nova Martins said…

    Caríssimo Paulo

    Depois da Tempestade vem sempre a Bonança.
    E de certeza é o que está a acontecer!

    Para a Ana Maria, o ano passado fui um ano duro,porque sofreu uma Perda.
    Por isso Ela compreende-O bem.

    Abraço Forte.

     
  • At 11:50 PM, Anonymous Anonymous said…

    Caro Paulo

    A minha ausência dos comentários, aqui e não só, com algumas excepções, foi em si uma auto-imposição - que não altera a condição de leitor.

    Não sei se ainda se lembra de mim. Seja como for, isso agora não importa.

    Envio-lhe os meu votos de melhoras e a promessa de que irei inclui-lo a si - e sobretudo o seu Pai, nas minhas orações desta noite e madrugada.

    Forte Abraço
    Pedro Rodrigues

     
  • At 12:05 AM, Anonymous Anonymous said…

    Boa!
    Abraço

     
  • At 4:15 AM, Anonymous Anonymous said…

    Sentes o quê? Um forte embaraço? Por ter incomodado?
    Essa é boa! Levas é uma cabeçada no céu da boca que te ponho o bigode a bater palmas.

    Devias sentir um forte embaraço era com o Benfica, que vai ganhar torneios ao Dubai sem marcar um único golo. E um fortíssimo embaraço deviam sentir as históricas equipas que não conseguiram marcar um golo a este Benfica.
    Não vi nada disto. E nem estou arrependido.

    E aviso já: no Domingo, não vejas pela Sport TV, pelas 16 horas, o Sp.Espinho--Benfica, em voleibol. Aí é que vais sentir um Espinho cravado na garganta e um forte embaraço rubro e branco.
    A superioridade espinhense é este ano vincada e o Benfica terá poucas hipóteses.

    Para a semana, no sábado, previsivelmente, será o Benfica a receber uma formação madeirense. E aí as coisas já podem mudar.

    Quanto a mim, lá consegui escrever uma página sobre ténis de mesa para o novo jornal gratuito, o "Diário Desportivo".
    Mas não senti um forte embaraço com a derrota de Portugal por 3-1, frente à França.
    Senti um grande prazer por ter assistido a um grande jogo.

    E permito-me estar aqui a falar destas coisas mais vulgares porque o ambiente já desanuviou.

    Que o mar encapelado se porte bem e que a brisa suave continue a soprar com serenidade.
    Vamos ficando mais velhos, não é? Mas vamos encontrando forças para seguir em frente. E por vezes nem sabemos onde.

    Claro que acontece sobrevalorizarmos as coisas más. Porque somos humanos e não monstros. As marteladas do Thor dos azares surgem de repente e não permitem dosar os sentimentos.
    Não há que ter embaraços por sustos justificados.

    Entre verdadeiros amigos, a solidariedade na dor tem de ser uma coisa natural.
    Quando faleceu o meu amigo Luís Carlos também te associaste à minha homenagem, de forma muito digna, pela qual te estou grato, assim como os familiares dele.

    E se quiseres ver mais um poema que lhe ofereço, podes seguir até ao post da Inês, no porosidade-eterea de 31 de Dezembro, o dia em que almoçava sempre com ele, para nos despedirmos do Ano Velho e ganharmos balanço para o Ano Novo.

    Se queres um conselho para atenuar as chatices da vida, o meu é este:
    em 2007, só podes comer basquetebol e andebol do Benfica. Vais ter de cortar no futebol.
    Quanto a prazeres gulosos, uma Vanessa Fernandes sabe sempre bem. Mas isso é uma colheita de luxo. Nunca engana.

    Avante, camarada! E a vida continua, como diria o Reverendo Teodoro Marques da Silva.

     
  • At 4:19 AM, Anonymous Anonymous said…

    Um saltinho só para corrigir uma gralha: dosear em vez de dosar. Noutros blogues não me preocuparia com isto, mas esta sala de visitas é de luxo.

     
  • At 8:51 AM, Blogger T said…

    Querido Paulo: ainda bem que as melhoras afinal se confirmam. Não sejas tonto a dizer que incomodaste as pessoas por lhes lembrares experiências similares. Eu tenho a memória dos meus pais sempre dentro de mim. O sofrimento dos meus amigos só me implica mais solidariedade, porque sei que a tive também e o que me ajudou. Um grande abraço e uma rápida recuperação.

     
  • At 9:56 AM, Anonymous Anonymous said…

    Melhor assim. Vá força!
    Um abraço.

     
  • At 2:49 PM, Anonymous Anonymous said…

    Querido Paulo
    Ainda bem que está melhor!
    Se calhar já todos tivemos destas tristezas que nunca se esquecem, não fique por isso "incomodado".
    As sinceras melhoras do Seu Pai.
    Beijinho grande.

     
  • At 4:21 PM, Anonymous Anonymous said…

    Paulo:

    Excelentes notícias!
    Um forte Abraço para ti e para o teu Pai

    Tiago

     
  • At 2:06 AM, Anonymous Anonymous said…

    Como ainda não está em linha o post do falecimento, resolvi colocar aqui os meus votos de pêsames.
    Tomando a liberdade de anunciar aos leitores que o velório ocorre hoje, sábado, 13, entre as 14h e as 22h na Igreja adjacente à Juventude Salesiana, no Estoril.
    O funeral será no Domingo.

    Um poema para o teu pai, Paulo, como prometi, vai ser publicado no www.porosidade-eterea.blogspot.com e no www.truca.pt, provavelmente na minha secção, em Palavras de Oiro.

    Ele aqui fica, seguido do texto que posteriormente escrevi. Esperando que possa ser um bálsamo, ainda que muito fraco, para a dor que estás a sentir.

    E DO ESTORIL SOPROU A BRISA FÚNEBRE

    Mais um pássaro
    a voar
    direito ao Céu

    Mais um voo
    que foi
    e já não é

    Mais um Porto
    que fica
    órfão de um cais

    Mais um abismo
    a queimar
    como braseiro

    Mais um amigo
    a pensar
    se vale a pena

    Mais uma alma
    atracada
    no deserto

    Assim ficamos
    prostrados, ofendidos
    incrédulos, tementes

    Como quem não sabe
    ou finge não saber
    a meta à vista

    E do Estoril
    soprou
    a brisa fúnebre

    E depois da brisa fúnebre
    virá o vento
    e depois do vento

    Ainda mais vento
    sempre mais vento
    até ao fim do vento

    E a brisa fúnebre
    tão fúnebre de fúnebre
    que só fúnebre sabe ser

    Dissolve-se no Guincho
    em gritos de gaivota
    e desfaz-se nas ondas

    À procura da lágrima certa
    para saudar a partida
    de quem nos gerou

    A dor fica
    mas a Paz
    há-de chegar

    12/1/2006, 22h45m

    -------------------

    Estou no Monumental. À minha frente tenho duas cervejas Superbock Abadia.
    E choro.
    À minha frente tenho um exemplar do PÚBLICO, com quatro versos rabiscados nas margens.
    Versos que não queria perder. Porque são os versos que tenho para deixar ao pai de um grande amigo.

    E choro, sem vergonha, de cabeça apoiada no braço, em público, por quem não cheguei a conhecer. Não conheço o rosto, não sei quase nada. Mas choro. Com orgulho.

    As lágrimas não me correm fáceis. Geralmente ficam aprisionados num Château D'If sem Abade Faria ou Conde de Monte Cristo.
    Mas com os sonos todos trocados não consigo esconder o que me vai na alma.

    Nem quero.

    São lágrimas bem gastas.

    Estou no Metro de S.Sebastião. Tocou o telemóvel. Saí. Vinha feliz da FNAC, com os livros para a Comunidade de Leitores da Culturgest.

    Com o corpo na ressaca da hidroginástica e a concentração afectada pelas noites brancas.

    E a voz do Paulo foi a que eu esperava ouvir, com a notícia que eu não queria ouvir. A voz da dignidade na morte.

    Agora acalmo. Já escrevi o poema que prometi. Como se algo de muito especial viesse de muito longe e nos inspirasse a despedida.

    Telefono à Inês a pedir-lhe para publicar o poema no blogue dela, como forma de homenagem.

    Os soluços, ao ler o poema, cortam-me as palavras.
    Ninguém no Monumental parece reparar que choro.

    A morte é tão estranha aos que estão vivos.

     
  • At 4:04 PM, Blogger Inês Ramos said…

    Paulo, receba um abraço solidário nesta hora difícil.

     
  • At 8:40 PM, Anonymous Anonymous said…

    Cuando la pena nos alcanza, por un hermano perdido...........Cuando el adios dolorido, busca en la fe su esperanza.............En tu palabra confiamos con la certeza que Tú..................ya le has devuelto a la vida, ya le has llevado a la luz. Ya le has devuelto a la vida, ya le has llevado a la luz.............(Himno La muerte no es el final)

     
  • At 1:54 PM, Blogger Pedro Correia said…

    Um grande abraço, Paulo.

     
  • At 1:20 PM, Blogger Armando Rocheteau said…

    Abraço

     

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