Uma Questão Portuária
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Não fará um pingo de diferença a nuance de posições entre os candidatos finalistas às Presidenciais francesas. Madame Royal diz que a Turquia só poderá entrar caso o eleitorado gaulês aprove essa inundação em referendo, o que nos deve deixar todos tranquilos, porquanto se o espectro de um pobre canalizador polaco já despertou o horror que se sabe, imagine-se o que fará o muito mais consensual perigo de hordas de um país não-Cristão e com uma população quantitativamente superlativa! Monsieur Sarkozy vem agora defender que deve haver suspensão total das negociações da adesão de Ankara, por incumprimento dos compromissos respeitantes à abertura dos portos do candidato aos barcos cipriotas, quer dizer, de um estado-membro. Arrumada a questão com uma base meramente jurídica e económica, bem poderia Sua Santidade o Papa dar por vencedoras as duas fases da sua doutrinação: a do sublinhado das diferenças e a última, da afirmação da boa vontade. A boa vizinhança não implica que convidemos o morador da casa ao lado para dormir na nossa cama.
É curioso como as esperanças dos ocupantes de Bizâncio conseguem submergir de tal forma nas águas que deveriam ser menos profundas, as dos cais de acostagem.
A imagem representa as condições postas ao temido alargamento da União. Um milésimo das que conviria colocar, digo eu.
5 Comments:
At 4:27 PM, Jansenista said…
Ainda se a Ségolène fosse (Port-)Royale... Por mim, insisto, acho que a Turquia não ganha nada em juntar-se ao negócio de secos e molhados que é a UE, sobretudo se isso significar um afrouxamento "afrancesado" face ao fundamentalismo...
At 4:35 PM, JSM said…
Aos franceses os ingleses apelidam de 'frogs' num coachar sem fim. O que esperar desses ateus militantes, colaboracionistas até à última hora, e que soltam criminosos para prender inocentes?! Têm medo de uma religião que pôe Deus acima dos homens, pois claro. Fundamentalistas, quem? Os franceses, pois claro.
E não repito mais, pois claro, para não escurecer o comentário.
E pergunta o meu amigo Misantropo - esse ódio aos franceses é porque acordou mal disposto! Ou é por causa da águia napoleónica? Talvez, para a primeira dúvida, nunca, para a segunda. Nesse particular a minha posição mantèm-se: não podendo perder os dois, que se empatem. Não aconteceu.
E lá me afastei outra vez da questão turca...felizmente.
Um abraço.
At 4:56 PM, Paulo Cunha Porto said…
Está visto que o Caríssimo Jans, com a maior das inocências, me está a pôr em trabalhos: olhe que essa de juntar a tradução do meu apelido ao da Bela Política pode ser-me cobrada por cá e, em França, pelo Sr. Hollande. Tanto País junto é quase o destacamento da NATO no Afeganistão...
Sério, sério, eu até me fartava de rir com o dito banho turco à UE, se o problema fosse só económico - os pobres neo-otomanos a pensarem que se conseguiriam projectar mais rapidamente para níveis de vida superiores, quando apenas precipitariam o fim desta forma de Integração Europeia. O pior é a Paz Pública e a segurança, receio por todos os pacatos europeus que pereceriam ou, de alguma forma, viriam diminuída a sua vida pelos sobressaltos que seguiriam.
Meu Caro JSM:
Comecemos pelo mais importante: vela lá as coisas pelo lado positivo: não andando o Belém envolvido, até dia 21, bem podia o Caríssimo Mestre do «Interregno» delirar com a satisfação pletórica que este Seu incondicional discípulo viveu.
A águia napoleónica é uma usurpação mais, cópia de um arrivista das legitimidades aquilinas Habsbúguica, Hoellenzolerniana e Romanóvica, entre outras.
Quanto aos franceses, não têm experiência histórica contemporânea da minha predilecção, como sabe. E penso que a grande causa do declínio continental foi, a dado passo, toda a atenção dos Poderes constituídos nos diversos Estados se ter virado para a parelha franco-alemã, como rivalidade, primeiro, como cópula, de seguida. Mas se eles nos salvarem dos problemas que acompanhariam os turcos...
Abraços a Ambos.
At 7:02 PM, Anonymous said…
Mais uma vez o meu caro amigo expressa as suas dúvida em relação ao alargamento da UE. Será impressão minha, ou esta temática está quase arredada dos media nacionais?
At 7:19 PM, Paulo Cunha Porto said…
É assim, Caro Capitão-Mor:
Vai-se falando da reacção que desperta pela Europa fora, quase se desiste de posicionamentos próprios sobre o assunto.
Abraço.
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