Caminho Para a Sabedoria
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As situações onde fazemos irromper angústias ou deleites têm o condão de alterar a nossa percepção do Tempo, o que ficou bem expresso na versão para leigos da Teoria da Relatividade einsteiniana, a tal dos trinta segundos que parecem hora com um braseiro como assento e a hora que passa por trinta segundos com uma Brasa assente sobre nós. É assim que surge uma nova concepção da Sabedoria, a mesma que em Hermes associava roubo e rapidez, pois o supremo proveito que se pode retirar da Matéria para o Espírito consiste não no aproveitamento do instante que esgota, mas na sua extensão que do prazer retira engrandecimento espiritual e assim engana a opressão inabalável da marcha do Tempo, já que o Amor, furto que é à monotonia do ritmo monocórdico, é a única forma segura de a vencer. Roubar para não ser roubado, portanto.
Nada disto é novo. Já em 1914 Mathias Lima escrevia:
O CAPRICHO DAS HORAS
Ai, como as horas correm vagarosas
quando estamos p´ra ver o nosso amôr!
Debalde se lhes diz: horas nervosas,
por Deus, passae depressa!
e as horas não sahem do seu torpôr
por mais que se lhes peça...
Mas quando a gente já está, emfim,
junto do nosso amôr, nosso luar,
p´ra ellas se pede assim:
Horas, correi, correi mais devagar!...
E por capricho eterno e desprazer
então as horas passam a correr!
As pinturas são
«Relatividade», de Elena Podkorytova
e
«Horas roubadas», de Kristina Abraham.
As situações onde fazemos irromper angústias ou deleites têm o condão de alterar a nossa percepção do Tempo, o que ficou bem expresso na versão para leigos da Teoria da Relatividade einsteiniana, a tal dos trinta segundos que parecem hora com um braseiro como assento e a hora que passa por trinta segundos com uma Brasa assente sobre nós. É assim que surge uma nova concepção da Sabedoria, a mesma que em Hermes associava roubo e rapidez, pois o supremo proveito que se pode retirar da Matéria para o Espírito consiste não no aproveitamento do instante que esgota, mas na sua extensão que do prazer retira engrandecimento espiritual e assim engana a opressão inabalável da marcha do Tempo, já que o Amor, furto que é à monotonia do ritmo monocórdico, é a única forma segura de a vencer. Roubar para não ser roubado, portanto.
Nada disto é novo. Já em 1914 Mathias Lima escrevia:
O CAPRICHO DAS HORAS
Ai, como as horas correm vagarosas
quando estamos p´ra ver o nosso amôr!
Debalde se lhes diz: horas nervosas,
por Deus, passae depressa!
e as horas não sahem do seu torpôr
por mais que se lhes peça...
Mas quando a gente já está, emfim,
junto do nosso amôr, nosso luar,
p´ra ellas se pede assim:
Horas, correi, correi mais devagar!...
E por capricho eterno e desprazer
então as horas passam a correr!
As pinturas são
«Relatividade», de Elena Podkorytova
e
«Horas roubadas», de Kristina Abraham.
2 Comments:
At 4:53 PM, Anonymous said…
Querido Paulo
Andam no ar pombas novas!
As pinturas lindíssimas e a relatividade bem real.
Beijinho
At 5:57 PM, Paulo Cunha Porto said…
Pombas, Querida Marta?
Há muito que deixei a ornitologia, a um nível de amador, muito embora, mas parece-me que o passaroco retratado é bem outro, hihihihi.
Beijinho.
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