Mercado de Trabalho
Uma empregada roubou à entidade patronal, na Pensilvânia jóias e carteiras no valor de 550.000 dollars, tendo-se «arrependido» e telefonado à lesada, dizendo lamentar, esperar que continuassem a manter amizade e que a outra lhe pudesse dar referências para novo emprego. A coisa não é apenas caricata, a meu ver: demonstra bem ao que chegou o nosso tempo na relativização das infracções individuais, e na certeza de que basta desculpar-se para tudo ser apagado. Causas? Quanto a mim, a banalização dos pedidos de perdão por actos individualmente não-cometidos, o que esbate a responsabilização individual. E a hostilidade do mundo ocidental ao sofrimento, que o priva do estatuto de única forma de dar conteúdo ao arrependimento, o que implica uma expectativa de imediata erradicação da memória da acção vil, após uma circunstancial declaração de não-persistência no espírito do latrocínio.
4 Comments:
At 11:45 AM, Anonymous said…
Não sei se isso não terá também a ver com a confissão católica: confessamos os pecados e somos perdoados. Voltamos a pecar, voltamos a confessar e a ser perdoados.
Depois, alguma (muita) ignorância por se achar que na lei também é assim... ou por se achar que, se os outros se safam, por que não também eu?
Um beijinho
At 12:54 PM, Anonymous said…
há muita carência de sensibilidade e bom senso, não é?
At 4:52 PM, Anonymous said…
Querido Paulo
Acho que a Xantipa também tem razão.
Beijinho
At 8:59 PM, Paulo Cunha Porto said…
Querida Xantipa:
Naquele País,como se sabe, as leis não foram feitas por católicos, muito menos o espírito da nação, que assenta em predestinações e não em perdões. E não parece, pelo nome, que a funcionária ladra fosse de uma qualquer origem hispânica, que a impermeabilizasse ao inglês da Lei...
Querida Teresa:
As duas, sem dúvida.
Querida Marta:
Respondido ficou. Não sou tão indulgente.
Beijinhos às Três.
Post a Comment
<< Home