Morais & Moraes
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Este postal do Jansenista levou-me direitinho à releitura de «PAISAGENS DA CHINA E DO JAPÃO», de Wenceslau de Moraes, onde, no conto «Um Pintor de Gatos» se narra a odisseia de um jovem fisicamente fraco, posto pelos pais a estagiar para monge budista e expulso pelo clérigo com quem estudava por apenas se dedicar a retratar felinos, de tal forma que, procurando abrigo no abandonado mosteiro de uma aldeia, tido por todos como assombrado por Demónio temível, pinta uns quantos gatinhos num biombo, até adormecer. E que durante o período de descanso ouve sons de luta intensíssima, encontrando, ao despertar, uma enorme ratazana morta e, nas bocas dos bichanos que desenhara, restos de um vermelho de sangue. Era aquele o Demónio e foram os produtos da sua pintura os físicos "exorcistas". Moraes retira deste conto antigot três conclusões de moralidade: que a despensa estaria cheia de guloseimas, que os monges japoneses seriam de sobriedade exemplar para todos os estrangeiros, cujas reservas alimentares não dariam para sobredesenvolver um roedor àquele ponto, bem como a existência de uma superioridade da criatividade dos artistas plásticos do Japão. Por último, «que às vezes as nossas qualidades, de que os outros se riem e escarnecem, são as que mais nos valem neste mundo».
Poderia eu tirar mais uma, a de que só no período reservado ao sonho pode o nosso labor derrotar rápida e decisivamente, sem dores ou penas, os piores inimigos que nos ameaçam. Mas prefiro ir por outro caminho: no conto o Grande Exilado no Oriente dá-nos a surpreendente informação de que os gatos japoneses não têm rabo, coisa quase certificada pela imagem que se reproduz. Pensando na máxima vimaranense que nos é dada por Alberto V. Braga em «TRADIÇÕES E USANÇAS POPULARES», segundo a qual «da cauda do gato fez Deus a mulher», teríamos explicação para o sumiço da parte mais à rectaguarda da adoráveis mascotes. E fico cismando nesta imprevista relação entre os dois Mais Belos Animais do Mundo e se Todas as Femininas Constatações que salvam o nosso dia a dia teriam a respectiva origem no País do Sol Nascente. Romântica e sedutora perspectiva que explicaria muito do facto de a cintilante Beleza Delas nos deixar com os olhos em bico...
Este postal do Jansenista levou-me direitinho à releitura de «PAISAGENS DA CHINA E DO JAPÃO», de Wenceslau de Moraes, onde, no conto «Um Pintor de Gatos» se narra a odisseia de um jovem fisicamente fraco, posto pelos pais a estagiar para monge budista e expulso pelo clérigo com quem estudava por apenas se dedicar a retratar felinos, de tal forma que, procurando abrigo no abandonado mosteiro de uma aldeia, tido por todos como assombrado por Demónio temível, pinta uns quantos gatinhos num biombo, até adormecer. E que durante o período de descanso ouve sons de luta intensíssima, encontrando, ao despertar, uma enorme ratazana morta e, nas bocas dos bichanos que desenhara, restos de um vermelho de sangue. Era aquele o Demónio e foram os produtos da sua pintura os físicos "exorcistas". Moraes retira deste conto antigot três conclusões de moralidade: que a despensa estaria cheia de guloseimas, que os monges japoneses seriam de sobriedade exemplar para todos os estrangeiros, cujas reservas alimentares não dariam para sobredesenvolver um roedor àquele ponto, bem como a existência de uma superioridade da criatividade dos artistas plásticos do Japão. Por último, «que às vezes as nossas qualidades, de que os outros se riem e escarnecem, são as que mais nos valem neste mundo».
Poderia eu tirar mais uma, a de que só no período reservado ao sonho pode o nosso labor derrotar rápida e decisivamente, sem dores ou penas, os piores inimigos que nos ameaçam. Mas prefiro ir por outro caminho: no conto o Grande Exilado no Oriente dá-nos a surpreendente informação de que os gatos japoneses não têm rabo, coisa quase certificada pela imagem que se reproduz. Pensando na máxima vimaranense que nos é dada por Alberto V. Braga em «TRADIÇÕES E USANÇAS POPULARES», segundo a qual «da cauda do gato fez Deus a mulher», teríamos explicação para o sumiço da parte mais à rectaguarda da adoráveis mascotes. E fico cismando nesta imprevista relação entre os dois Mais Belos Animais do Mundo e se Todas as Femininas Constatações que salvam o nosso dia a dia teriam a respectiva origem no País do Sol Nascente. Romântica e sedutora perspectiva que explicaria muito do facto de a cintilante Beleza Delas nos deixar com os olhos em bico...
1 Comments:
At 7:29 PM, Paulo Cunha Porto said…
Hahahaha!
Mas pode-se mexer sem puxar, salvo no sentido do entusiasmo, claro.
Abraço.
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