O Misantropo Enjaulado

O optimismo é uma preguiça do espírito. E. Herriot

Tuesday, November 28, 2006

Línguas Compridas

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Falava há dias o Amigo Je Maintiendrai do pretoguês. E esta designação das horríveis deformações que atingem a nossa língua levou-me, direitinho, para um livro de Geraldo Bessa Victor, Patriota português em África nascido, que sentida e contidamente exprimiu em «MINHA TERRA E MINHA DAMA» a sua indignação contra a consagração por Agostinho de Campos desse termo, contando a história passada com um daqueles boçais patrões brancos, excepções e não regra, que costumavam dirigir-se aos empregados numa imitação trocista do linguajar característico de muitos deles, quando se exprimiam no idioma nacional. Teria então ido a uma loja de um Português autóctone e, querendo comer, dito: «Você tem qui coma?» Ao que um tendeiro, que era dos que se expressavam bem, teria respondido que sim, que tinha Quibeba, um preparado à base de choco de mandioca e óleo de palma, o que teria levado o interlocutor a chamar-lhe tudo e mais alguma coisa, "por querer quicoma e não quibeba", pensando que lhe estava a ser oferecida bebida, como alternativa. E a apanhar um grande melão quando lhe colocaram à frente o prato e disseram o nome dele...

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3 Comments:

  • At 2:34 PM, Anonymous Anonymous said…

    Há umas noites atrás, depois do telejornal, foram entrevistados vários angolanos que tinham sido da UNITA e que andavam nas obras. Cá em casa ficámos todos admirados com a qualidade do português que, a maior parte falava.
    Beijinho

     
  • At 5:16 PM, Anonymous Anonymous said…

    Sempre considerei que a elite dos PALOP fala um português perfeito e têm bastante orgulho disso. Ao contrário do que se passa em Portugal, onde os atropelos á língua mãe são cada vez maiores.

     
  • At 6:54 PM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    É bem verdade, Meu Caro Espadachim, que neste campo temos a quinta coluna ao virar de cada esquina, quando não nas nossas próprias casas, ou até no hábito de nos deixarmos ir.

    Há de tudo, evidentemente, o que reforça o sentimento de injustiça de GBV, Querida Marta.

    Por cá o panorama é cada vez menos animador, Meu Caro Capitão-Mor. E na novíssima geração começo a detectar um problema que não identificava até agora, mesmo nos menos instruídos: o desconhecimento semântico a obstar à comunicação trivial do dia a dia.
    Beijinho e abraços.

     

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