As Imortalidades Concorrentes
Compra e deglutição do pequeno estudo de Joaquim Leitão sobre as aventuras e desventuras académicas de Eça. Vendo os subscritores do parecer da sua admissão, Bulhão Pato e Pinheiro Chagas, com quem o Grande Escritor polemicou, um por se ter sentido retratado no Alencar de «OS MAIAS», o segundo pela não atribuição do Prémio D. Luís I a «A RELÍQUIA», apetece citar o outro, que dizia não compreender como Fulano lhe poderia querer mal, porque nunca lhe fizera bem algum...
O mau nome que as Academias tomaram faz-me também suspeitar de que o desaparecimento da obrigatória carta de candidatura e do registo da votação se tenham ficado a dever à mão de algum admirador empenhado em preservar a aura de perseguido pela "mediocridade das Instituições" no seu Ídolo.
Quando à abordagem da famosa preterição, devo dizer que não perfilho as críticas feitas pelo relator e sufragadas pelo júri, assim como acho «A RELÍQUIA» um livro menor mas muito agradável de ler. Mas deve-se dizer em abono da verdade que o Revelador de Fradique Mendes, no muito que escreveu contra Chagas, a começar pela carta «A Academia e a Literatura» nunca sovou a decisão em si, mas a justificação dela no que tinha de censura a uma pretensa irreligiosidade, falta de unidade narrativa e de moralidade, apesar de ocultar sempre ser a pena que se insurgia a de um Académico. Seja como for, estamos bem longe das fundibulárias vergastadas de Alfredo Pimenta contra a Academia Portuguesa da História, por preferirem livro de Queirós Veloso a um da sua lavra. De «quarenta ladrões» para baixo, tudo valeu...
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