Pseudo-Matusalém
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O cirurgião britânico Jeka Prakash diz que descobriu um elixir da longa vida, e da juventude, em simultâneo. Os problemas científicos e espirituais da dita descoberta acham-se competentemente sintetizados neste artigo, pelo que não insistirei por aí. Gostaria apenas de sublinhar que esta proposta de transformar uma pessoa numa mentira tem em vista a comercialização, uma busca do ouro muito diversa da dos alquimistas, que pesquisa de igual finalidade desenvolveram. Estes procuravam mais tempo para se dedicarem à procura da Pedra Filosofal, a que, para além da transmutação dos metais, almejava a transformação das almas. A nova panaceia mais não visa do que enganá-las com um fármaco. Por mim está decidido: o verdadeiro remédio para prolongar a existência, aumentando-lhe o interesse, está na garrafa ao lado. Quando dele mais se não queira ou possa é adoptar a sábia e dominadora submissão de encarar com naturalidade a acção que o tempo desenvolva.
O cirurgião britânico Jeka Prakash diz que descobriu um elixir da longa vida, e da juventude, em simultâneo. Os problemas científicos e espirituais da dita descoberta acham-se competentemente sintetizados neste artigo, pelo que não insistirei por aí. Gostaria apenas de sublinhar que esta proposta de transformar uma pessoa numa mentira tem em vista a comercialização, uma busca do ouro muito diversa da dos alquimistas, que pesquisa de igual finalidade desenvolveram. Estes procuravam mais tempo para se dedicarem à procura da Pedra Filosofal, a que, para além da transmutação dos metais, almejava a transformação das almas. A nova panaceia mais não visa do que enganá-las com um fármaco. Por mim está decidido: o verdadeiro remédio para prolongar a existência, aumentando-lhe o interesse, está na garrafa ao lado. Quando dele mais se não queira ou possa é adoptar a sábia e dominadora submissão de encarar com naturalidade a acção que o tempo desenvolva.
4 Comments:
At 11:58 PM, Anonymous said…
O termo de comparação não será, talvez, os alquimistas... antes todos aqueles que ao longo dos séculos procuraram a magia da Vida Eterna. Nada de novo, ou específico, da modernidade.
At 9:12 AM, Paulo Cunha Porto said…
Mas os alquimistas, Caro Miguel, foram os mais constantes deles, até na China, com encomendas dos Soberanos e tudo.
Na contemporaneidade, esse subproduto da modernidade, o que há de novo é a comercialização, claro. Ou a fraude, se privilegiarmos as conttra-indicações que constam do "link".
Abraço.
At 1:19 PM, Américo de Sousa said…
"esta proposta de transformar uma pessoa numa mentira"
Sem pôr em causa a imagética preferência do Paulo mas "provocando": haverá maior mentira do que a que está dentro da garrafa?
At 2:34 PM, Paulo Cunha Porto said…
Meu Caro Américo de Sousa:
Antes de mais, parabéns pela imagem identificativa.
Quanto à questão, mentira só no facto de alguém a acreditar engarrafada. De resto, é sempre o melhor remédio, já diziam, em situações diferentes, Jünger e Eco.
Abraço.
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