O Misantropo Enjaulado

O optimismo é uma preguiça do espírito. E. Herriot

Tuesday, September 05, 2006

O Céu Como Limite

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5 de Setembro é o dia do ano em que se celebra o nascimento de J. C. Bach. O Pai, J. S. Bach, é o Compositor que ponho acima de Todos. Gosto de tudo o que ele produziu, desde a mais singela cantata, à enorme realização que é «A PAIXÃO SEGUNDO S. MATEUS», passando por toda a sua música instrumental e para conjuntos de dimensões várias, que nada do que ele escreveu se pode considerar música profana. Todavia, o ponto máximo, para mim, é esta «MISSA EM SI MENOR», NESTA interpretação. Quem a ouça perceberá porque se imaginou a actividade musical como ocupação dos Anjos, apesar da humanidade da Prece que sempre está presente.
***
Para aqueles que estejam dispostos a passar à frente, por não suportarem o carácter pretensamente intelectualizado da obra bachiana, contarei uma pequena anedota biográfica de um dos seus mais categorizados cultores, Albert Schweitzer, um Homem Bom, de religião diferente da minha, para que se não me acuse de exclusivismo admirativo romano. Duplamente doutorado, em Filosofia e Teologia, intérprete de Bach como organista de mérito que foi, autor de brilhante estudo biográfico-religioso sobre a presença mística na capacidade criativa de JSB, médico e missionário na África equatorial, este luterano distinguido com um Prémio Nobel da Paz merecido, pediu, certa vez, no Gabão, a um estudante local, que o ajudasse a transportar um caixote. Ao que o jovem respondeu: «Eu não carrego caixotes, eu sou um intelectual».
Resposta do Grande Alsaciano: «Você tem sorte, eu ainda não consegui sê-lo».
Para que o orgulho ceda perante a admiração devida.

Posted by Picasa

6 Comments:

  • At 10:20 AM, Anonymous Anonymous said…

    Embora não seja grande conhecedor sou admirador de Bach e a sensação que tenho quando o ouço é que se existe um paraíso a musica que lá se ouve só pode ser dele. Mas eu sou mais "wagneriano" que é mais uma musica para nos fazer entrar triunfalmente no Paraíso!

    Legionário

     
  • At 10:31 AM, Blogger Jagoz said…

    This comment has been removed by a blog administrator.

     
  • At 10:32 AM, Blogger Jagoz said…

    Duplamente doutorado em filosofia e teologia? Podia ter ido para a Companhia...

     
  • At 10:51 AM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    Meu Caro Legionário:
    Também gosto de Wagner, mas a entrada no Paraíso, a meu ver, não deve ser feita com tão triunfantes trombetas, um pouco incompatíveis com a humildade recomendada. Sendo caso disso, LÁ DENTRO, Outros as tocarão em honra dos novos comensais.

    Meu Caro Jagoz:
    Não fora o Luteranismo...
    Abraços a Ambos.

     
  • At 12:13 PM, Blogger Jansenista said…

    Bela lembrança, tudo nomes grandes no meu pequeno firmamento! E a anedota é do mais definidor que tenho visto quanto à atitude ética de Albert Schweitzer.

     
  • At 7:27 PM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    Pois, Caro Jansenista, também a achei bem exemplificativa da enorme compaixão humana e recusa em puxar dos imensos galões, com a genuinidade da recusa de auto-satisfação, que caracterizaram A. S.. Eram tempos em que o Prémio Nobel, apesar de já inquinado por politiquice, ainda se procurava promover, distingindo Entes de Excepção como Este.

    Meu Caro SA:
    Toda a obra para tecla dele, fosse para o orgão, para o cravo, para o clavicórdio, ou destinatário incógnito, era excepcional. Sem falar na «Arte da Fuga», que vê contestada a própria destinação teclística.
    Abraços a Ambos.

     

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