«Não Se Chega à Verdade Mudando de Erro»
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Serve o 4 de Setembro para assinalar o advento do sistema politico mais medíocre e coberto de escândalos que conheceu um País em que, contudo, eles abundam: a III República Francesa. Na ressaca da derrota contra a Prússia e da agitação que se seguiu, as gentes cansadas enviaram ao parlamento dois terços de deputados monárquicos, das várias tendências. Por um milagre raro na política estes conseguiram pôr-se de acordo em devolver o trono a Henrique V, Conde de Chambord, seu herdeiro legítimo.
Mas o Homem era melhor ainda do que aqueles que lhe ofereciam a Coroa. Pôs como condição a restauração do pavilhão tradicional, com as flores de lis bordadas sobre o branco, dado não poder consentir em reinar sob a bandeira tricolor, à sombra da qual tinham sido mortos os seus familiares. Esta intransigência e o cálculo político errado desmobilizaram a militância restauracionista. Hoje, o Príncipe é criticado pela dureza de rins que demonstrou. Não serei eu que o faça. Quando Alguém não verga por razões de Honra, não posso crer que haja essencialidade que se lhe sobreponha, nem a obtenção do poder. Uma bela derrota continua, para mim, a ser preferível a uma vitória pouco limpa.
Quer a historiografia situar a queda do Império Romano do Ocidente em igual dia do mês, no ano de 476. Pretexto para meditação, como uma data pode estar associada a dois colapsos tão apartados entre si. Caiu metade da maior obra política da Humanidade, servida por detentores do Poder muitas vezes indignos. Séculos depois desabou a esperança de devolver a uma grande Nação que a integrava o regime tradicional que a honraria, por o seu prospectivo Soberano ser um Homem Demasiado Digno. O que proferiu a frase que encima.
Serve o 4 de Setembro para assinalar o advento do sistema politico mais medíocre e coberto de escândalos que conheceu um País em que, contudo, eles abundam: a III República Francesa. Na ressaca da derrota contra a Prússia e da agitação que se seguiu, as gentes cansadas enviaram ao parlamento dois terços de deputados monárquicos, das várias tendências. Por um milagre raro na política estes conseguiram pôr-se de acordo em devolver o trono a Henrique V, Conde de Chambord, seu herdeiro legítimo.
Mas o Homem era melhor ainda do que aqueles que lhe ofereciam a Coroa. Pôs como condição a restauração do pavilhão tradicional, com as flores de lis bordadas sobre o branco, dado não poder consentir em reinar sob a bandeira tricolor, à sombra da qual tinham sido mortos os seus familiares. Esta intransigência e o cálculo político errado desmobilizaram a militância restauracionista. Hoje, o Príncipe é criticado pela dureza de rins que demonstrou. Não serei eu que o faça. Quando Alguém não verga por razões de Honra, não posso crer que haja essencialidade que se lhe sobreponha, nem a obtenção do poder. Uma bela derrota continua, para mim, a ser preferível a uma vitória pouco limpa.
Quer a historiografia situar a queda do Império Romano do Ocidente em igual dia do mês, no ano de 476. Pretexto para meditação, como uma data pode estar associada a dois colapsos tão apartados entre si. Caiu metade da maior obra política da Humanidade, servida por detentores do Poder muitas vezes indignos. Séculos depois desabou a esperança de devolver a uma grande Nação que a integrava o regime tradicional que a honraria, por o seu prospectivo Soberano ser um Homem Demasiado Digno. O que proferiu a frase que encima.
4 Comments:
At 4:24 PM, Anonymous said…
"desabou a esperança de devolver a uma grande Nação que a integrava o regime tradicional que a honraria, por o seu prospectivo Soberano ser um Homem Demasiado Digno."
Se o prospectivo Soberano acreditasse verdadeiramente que, suportando essa indignidade, poderia verdadeiramente restaurar o verdadeiro regime tradicional, a tentativa não valeria o sacrifício?
Inteligência política, ou falta de fé? Impossível restaurá-lo, e assim salvou-se a Dignidade.
At 8:42 PM, Paulo Cunha Porto said…
Sabe, Caro Miguel, ainda havia Pessoas para Quem as ofensas de sangue feitas à Família não permitiam alinhamentos com os emblemas dos culpados. Falta de fé? Com dois terços dos eleitos fresquinhos a darem, de mão beijada, a Coroa, bem como os restantes conformados? E a exigência do "Drapeau" nem parecia tão impossível de aceitar, a princípio. Jogos de poder no interior dos orleanistas e bonapartistas ditaram a resistência. E quando comunicaram a posição o Príncipe mostrou que era de "antes quebrar que torcer". Daniel Halévy tem bons estudos sobre o tema.
Parece que a objecção maior seria a vontade do Caro Miguel. Mas como ainda não era nascido, na altura...
Ab.
At 12:21 AM, Anonymous said…
Não tenho de concordar com as guilhotinas, que aliás nem sequer foram a única faceta da Revolução, que começou por instaurar uma monarquia limitada à imagem inglesa (com uma lei escrita.)
Mas, em termos de realpolitik, os orleanistas e bonapartistas não terão simplesmente descoberto um ponto fraco no seu inimigo político?
Especialmente se, como diz, a circunstância política era favorável a Henrique V.
Abraço
At 8:43 AM, Paulo Cunha Porto said…
Pois se o assunto foi trazido à ribalta pelo Próprio...
O que se pode ter passado é, dentro dos partidos referidos, por questão de lutas internas, alguns políticos terem cavalgado a emotividade da adesão popular ao Azul-Branco-Vermelho, para ascenderem.
Ab.
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