Luzes e Sombras
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Quanto sofre um escritor, ao ser promovdo a símbolo nacional! Neste País de brandos costumes ainda vimos a coisa circunscrita às apropriações de Camões pelos diversos regimes. Mas pior aconteceu na Alemanha, com esse Goethe cujo nascimento ocorreu a 28 de Agosto. Da sua obra vasta, os Faustos entraram na mentalidade europeia, mesmo dos que os não leram, como talvez só D. Quixote e Sherlock Holmes. Não é por eles, no entanto, nem pelo desesperante best seller que foi «WERTHER», que eu prefiro lembrá-lo, mas pelo excelente romance «AS AFINIDADES ELECTIVAS». Atenção merecem a sua vida pública, como ministro em Weimar, partilhando política e amores com o Grão-Duque, bem como a pessoal. Desta, não hesito em contar uma pequena anedota: Passeando certo dia com o meu Amigo Gerald Bär, professor de literatura, comuniquei-lhe ter adquirido um volume, em francês, intitulado «AS AMANTES DE GOETHE». Ao que o meu Interlocutor respondeu: «Ah, um livro volumoso, então».
Mas o que queria contar-Vos hoje era um episódio não tão conhecido como deveria ser: o do rapto da urna do Escritor e da de Schiller, por 12 SS, obedecendo a ordens superiores, no Inverno de 1944, para que o Inimigo que se aproximava não pudesse deitar as mãos ao Símbolo da Nação. Atiraram com os despojos veneráveis para um abrigo anti-aéreo, com a intenção de, mais tarde, os dinamitarem. Vale que um médico do Exército, que estava perto, conseguiu esconder os recipientes, guardando segredo do local mesmo para além da capitulação alemã. O que demonstra que se pode encontrar um von Choltitz a cada esquina, salvaguardadas as devidas proporções. E que para os mortos, tal como para os vivos, amor em excesso também corre o risco de destruir.
Quanto sofre um escritor, ao ser promovdo a símbolo nacional! Neste País de brandos costumes ainda vimos a coisa circunscrita às apropriações de Camões pelos diversos regimes. Mas pior aconteceu na Alemanha, com esse Goethe cujo nascimento ocorreu a 28 de Agosto. Da sua obra vasta, os Faustos entraram na mentalidade europeia, mesmo dos que os não leram, como talvez só D. Quixote e Sherlock Holmes. Não é por eles, no entanto, nem pelo desesperante best seller que foi «WERTHER», que eu prefiro lembrá-lo, mas pelo excelente romance «AS AFINIDADES ELECTIVAS». Atenção merecem a sua vida pública, como ministro em Weimar, partilhando política e amores com o Grão-Duque, bem como a pessoal. Desta, não hesito em contar uma pequena anedota: Passeando certo dia com o meu Amigo Gerald Bär, professor de literatura, comuniquei-lhe ter adquirido um volume, em francês, intitulado «AS AMANTES DE GOETHE». Ao que o meu Interlocutor respondeu: «Ah, um livro volumoso, então».
Mas o que queria contar-Vos hoje era um episódio não tão conhecido como deveria ser: o do rapto da urna do Escritor e da de Schiller, por 12 SS, obedecendo a ordens superiores, no Inverno de 1944, para que o Inimigo que se aproximava não pudesse deitar as mãos ao Símbolo da Nação. Atiraram com os despojos veneráveis para um abrigo anti-aéreo, com a intenção de, mais tarde, os dinamitarem. Vale que um médico do Exército, que estava perto, conseguiu esconder os recipientes, guardando segredo do local mesmo para além da capitulação alemã. O que demonstra que se pode encontrar um von Choltitz a cada esquina, salvaguardadas as devidas proporções. E que para os mortos, tal como para os vivos, amor em excesso também corre o risco de destruir.
2 Comments:
At 6:10 AM, Anonymous said…
Muito (e muito interessante) me contas!
Desconhecia...
At 8:16 AM, Paulo Cunha Porto said…
É pouco falado, é, Caro Luís. E olha, encontrei a Tua Amiga Maria S. no comboio, viemos a conversar, pelo que deves ter o orelhómetro no ponto mais quente.
Abraço.
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