Dois Mundos
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«O Mundo da Alma», de Frantisek Drtikol. O reconhecimento de um universo na Alma é uma fatalidade para quem não prescinda de pensar, porém sempre imperfeito, por a parte reconhecível dele assentar nas reproduções dos objectos exteriores que ela empreende. Daí que a especificidade apreensível é a medida em que escapa ao domínio do Racional, o que é uma falácia, por não se poder falar numa racionalidade estritamente corpórea. Compreende-se pois o monismo de muitos Pré-Socráticos, que não enveredavam por considerar os dois aspectos dissociáveis no Homem, muito menos antagónicos entre eles, lição que moderada e espiritualizadamente foi retomada pelo Catolicismo, contra os fundamentos mais extremados das tradições pitagórica, platónica e calvinista. Mas é tarefa árdua, pois a consagração de um espaço duplo que se não controla é sempre tentador para a Humanidade alijar parte da sua prestação de contas, ou, pelo contrário, extremá-la aprioristicamente, através de uma privação não-decorrente de votos excepcionais, porque são essas as maneiras mais seguras de se conseguir suportar.
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