O Misantropo Enjaulado

O optimismo é uma preguiça do espírito. E. Herriot

Sunday, July 09, 2006

Uma Questão de Princípio

A 9 de Julho de 1860, os Cristãos Árabes sofreram uma perseguição mais, das muitas que os Muçulmanos lhes infligiram, ao longo de um dilatado historial. Com a cumplicidade do governador turco, que pensava assim, pela solidariesdade religiosa, neutralizar a hostilidade da população aos otomanos, foram assaltados os bairros maronitas de Damasco, pilhadas e incendiadas as casas e mortas muitas pessoas, sendo as restantes, de facto, obrigadas a emigrar. Este tristissimo episódio culminou os confrontos em que milhares de Crentes do mesmo Rito pereceram no Líbano, em confrontos com os Drusos, perante a aprovação do delegado de Istambul, o qual, quando a mortandade já tinha operado, se ofereceu à comunidade que vira tantos dos seus sacrificados para lhes garantir a segurança, desde que reconhecessem a imunidade aos autores dos crimes e desistissem de pedir a restituição de bens pilhados. Foi esta parcialidade, na tentativa de cimentar uma administração odiada à custa dos que se não podiam defender, que levou as potências a determinar uma elaboração nova do Direito de Ingerência, cometendo à França o envio de tropas para impor a ordem, no que Napoleão III bgaptizou, pioneiramente, de «Expedição com Fim Humanitário».
A rememoração deste facto deveria levar muitos cristãos a fazer paralelos com os assaltos que nos seus próprios territórios, comunidades como a Judaica, por, como a maronita, serem ricas, influentes e não-maioritariamente alinhadas, sofreram. Tal como nos deveria fazer reavaliar intervenções como a no Kosovo, há um par de anos. Quanto a esta última, recordo que, compreendendo muito embora os motivos, assinei um protesto contra a intromissão americana na ex-Jugoslávia. É que, apesar das deficiências volitivas, a intervenção deveria ter tido lugar por mãos e aviões europeus. Nestes casos extremos dever-se-ia chegar a uma partilha do Mundo a intervencionar, com uma reactualização de Monroe, vedando aos EUA a acção na Europa, aos Europeus as operações nas Américas e permitindo-as a ambos, quando a protecção dos carecidos fosse premente, no resto do Mundo.

3 Comments:

  • At 11:49 AM, Anonymous Anonymous said…

    Parabéns pelo post, caro Paulo.
    É hora de chamar as cosas pelo suo nome. É já hora de lembrar a historia, mâe da sabiduría. Parece-me indecente nâo lembrar as perseguicôes dos cristâos.
    Muito obrigado!
    Rafael Castela Santos

     
  • At 12:09 PM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    Obrigadíssimo sou eu, Caríssimo Rafael, por Tal Encorajamento. Penso sempre, com alguma tristeza, no quanto esquecemos os Nossos Irmãos menos favorecidos pelos azares das vizinhanças deste mundo, mesmo tendo em conta que decerto acharão a Companhia Ideal no Outro.
    Grande abraço.

     
  • At 11:32 AM, Anonymous Anonymous said…

    " a história, a mãe da sabiduria"???

    Parece-me indecente assim assassinar impunemente a minha língua materna.

    E distorcer a História.

    E escrever "cosas" naturalmente cheias de "sabiduras".

    Um enfado.

     

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