As Asas do Desejo
Ontem foi o dia em que de Chagall ficou um quadro representando uma elevação feminina, que de bom grado estenderia hoje à Elevação Feminina.
Até porque a 8 de Julho de 1908 se desenrolou um acontecimento que a maioria, embora não a unanimidade, crê pioneiro: a subida pelos ares, a bordo de um avião, da primeira Mulher a arriscar-se a tal aventura, Thérèse Peltier, à boleia de Léon Delagrange.
Como porém a ousada protagonista do voo era artista plástica, escultora, no caso, insisto em dar-Vos uma reprodução de um meio alternativo de vaguear pelo éter, qual actualização em época e género das sandálias de Hermes - os «Sapatos Voadores sobre um Madeiro», de Hilary Terjesen.
E para não faltar à chamada da fotografia, permitir um cheirinho da concepção de «Mulheres Voadoras» que o Mago da Cor, Pete Turner, empreendeu para capa de um album de Hubert Laws, apesar das dificuldades que as dimensões implicam. Sendo certo que a aproximação da Mulher à Ave não é apenas determinada pelos atributos de
subtileza e pelo carácter celestial de Tão Extraordinária Realidade, mas pela certeza, consciente ou não, que cada homem tem de que é o Meio mais delicioso e mais suave, na sua tremenda eficácia, para se elevar acima do que até então foi. Para inculcar a proximidade entre Ela e o pássaro não é preciso cair na retrógrada colagem das morfologias, como os Antigos fizeram com as antigas sereias, que foram meio-aves, antes de se tornarem meio-peixes. Basta encontrar os seres alados certos, real e metaforicamente, colocando-os ao lado um do outro, como David Bailey fez com Deneuve, apresentando-a na sua graça real, que dedico ao Jansenista, confesso admirador Dela a propósito da Irmã. E ao Je Maintiendrai, o Qual fez outro tanto, quando foi autónoma e misantropicamente celebrada.
Até porque a 8 de Julho de 1908 se desenrolou um acontecimento que a maioria, embora não a unanimidade, crê pioneiro: a subida pelos ares, a bordo de um avião, da primeira Mulher a arriscar-se a tal aventura, Thérèse Peltier, à boleia de Léon Delagrange.
Como porém a ousada protagonista do voo era artista plástica, escultora, no caso, insisto em dar-Vos uma reprodução de um meio alternativo de vaguear pelo éter, qual actualização em época e género das sandálias de Hermes - os «Sapatos Voadores sobre um Madeiro», de Hilary Terjesen.
E para não faltar à chamada da fotografia, permitir um cheirinho da concepção de «Mulheres Voadoras» que o Mago da Cor, Pete Turner, empreendeu para capa de um album de Hubert Laws, apesar das dificuldades que as dimensões implicam. Sendo certo que a aproximação da Mulher à Ave não é apenas determinada pelos atributos de
subtileza e pelo carácter celestial de Tão Extraordinária Realidade, mas pela certeza, consciente ou não, que cada homem tem de que é o Meio mais delicioso e mais suave, na sua tremenda eficácia, para se elevar acima do que até então foi. Para inculcar a proximidade entre Ela e o pássaro não é preciso cair na retrógrada colagem das morfologias, como os Antigos fizeram com as antigas sereias, que foram meio-aves, antes de se tornarem meio-peixes. Basta encontrar os seres alados certos, real e metaforicamente, colocando-os ao lado um do outro, como David Bailey fez com Deneuve, apresentando-a na sua graça real, que dedico ao Jansenista, confesso admirador Dela a propósito da Irmã. E ao Je Maintiendrai, o Qual fez outro tanto, quando foi autónoma e misantropicamente celebrada.
Para que nunca cortem - e nos cortem - as asas. Que também eram as de Cupido.
5 Comments:
At 11:15 PM, Je maintiendrai said…
É minha! "uno, dos, tres, el que llega el primero es marqués!"
Os atavios de voo ficam para o confrade de Port Royal...
At 11:26 PM, Paulo Cunha Porto said…
Vamos lá ver o que dirá Ele acerca de tão equitativa divisão. Não é certo que a facilidade em guindar-se à espiritualodade a que a austeridade conduz seja consolo perfeito, neste caso.
Abraço.
At 12:18 AM, Jansenista said…
Primus milhus pardalorum est, já se dizia nas sacristias jesuíticas (e nós em Port Royal não contestamos).
At 1:20 AM, Je maintiendrai said…
Nem o latinório do "Palito Métrico" lhe pode valer. O jantor de hoje em Port Royal é canja de flamingo...
At 8:51 AM, Paulo Cunha Porto said…
Hihihihihihi! Eu já calculava que a distribuição das aves seria difícil. Claro que imagino ser impossível um entendimento tipo Segundas, Quartas e Sextas - Terças Quintas e Sábados, com cada um dos belos animais em questão...
Abraços.
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