Sentido Proibido
Depois da angústia japonesa expressa nas palavras do seu responsável pelas relações exteriores, fiquei à espera da reacção chinesa. Ela fez-se tardar, o que é próprio daquela latitude; mas acabou por chegar, o que o não é menos. E com a subtileza que evita nomear, lá deixou claro que Pequim se oporia firmemente a qualquer acção que possa deteriorar a sirtuação na Península Coreana. Finalmente, instado a comentar a ameaça nipónica, classificou-a como «reacção excessiva». Não se pode deixar de pensar que o metamorfoseado Império do Meio de hoje tem a memória do gato escaldado quanto à presença nipónica no continente asiático, pelo que o quer ver remetido às Ilhas. É que também não esquece que foi pelo domínio da Coreia que começou a expansão do Sol Nascente, além de que pretenderá suceder-lhe na suserania da parte Norte, a que se expressa pela influência. No que já foi ajudado pela Coreia do Sul, a qual, quebrando a monotonia da lengalenga do «bom relacionamento», soltou logo o grito de alarme a propósito de belicismos insulares. São Países que aguentam tal vizinho, mas desde que ele não habite no mesmo prédio...
4 Comments:
At 3:17 PM, Zé Maria said…
Meu caro Paulo:
Concordo consigo na análise.
Gostaria, no entanto, de acrescentar que me vem cá parecendo a mim que muito ainda está para vir no que respeita a esta área. Desde logo, a luta surda que se está a travar, para a emergência da que será a 'potência' do futuro, facto que nos poderá trazer algumas surpresas.
Um grande abraço
At 6:15 PM, Paulo Cunha Porto said…
Ah, Meu Caro Zé Maria, que a zona vai dar muito que falar, não tenho dúvidas. Agora quanto à potência do futuro, está decidida, é a China.
O valor populacional obriga, aliaram-lhe uma industrialização que, embora embrionária é, justamente, a semente do que faltava; e a cabaram com a tradicional introspecção ao permitirem-lhe uma peculiar mas PIONEIRA forma de expansionismo - o comércio.
"Ecce Potestas"!
At 12:48 AM, Je maintiendrai said…
A China criou o sarilho e o pior é que não merece a menor confiança em termos de o resover. O Japão tem uma longa experiência em jogar na área e sabe-se apoiado pelo EUA. Aliás, para usar de uma imagem de Lord Palmerston, a China e a Coreia pertencem àquele tipo de países que precisam de uma tunda periódica para andarem na linha. É menos fácil hoje? É. Mas como diz o S/ primeiro comentador, quem viver verá... Idem para isso da "potência do futuro". A debelidade e a vulnerabilidade em termos de recursos energéticos, a artificiosidade do sustento de crescimento e a péssima (e calada) situação interna atiram o sonho para as calendas gregas. Salvo melhor parecer.
At 12:49 AM, Je maintiendrai said…
debilidade
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