O Grito!

Em virtude do nome que me honro de usar e da necessidade de recuperar dos estragos que o excesso de radiação ultra-violeta terá provocado, a expressão "Porto Tonificado" deveria ser-me muito simpática. Nada mais enganador. Contrariando uma ancorada tradição, o que vai, em breve, estar a dar é misturar água tónica e vinho do Porto, uma cópula que deveria estar vedada pelos usos e costumes das nações polidas, cultas e civilizadas da Europa. Não há volta, salvo o boicote: uma conhecida marca com nome de escritor célebre vai lançar uma beberragem com a designação de «White Port Tonic», asseverando que se trata da «nova tendência da Estação». Longe vai o tempo em que um distinto Scholar de Oxford se recusou a dar a ler aos alunos mais uma linha que fosse de Lord Tennyson, desde que o vira misturar um pouco de H2O no néctar do Douro. Há verdadeira razão para um berro, mas não por ser o ditado e citado dernier cri.