Vias Tortuosas
Era uma vez uma Ministra da Educação que quis fazer uma revolução do ensino, para o que recorreu à fantasia transgénica de transformar professores em políticos. É que pôr os papás das crianças a avaliar os mestres é criar um "eleitorado" a que cada docente tentará agradar, cortejando-o. É praticamente como colocar a classificação dos docentes nas mãos dos alunos, não só porque os verão sempre condicionados pelos olhos e relatos destes, com porque a noção de responsabilidade paternal não é muito maior do que a dos educandos, ambicionando maioritariamente «um porreiraço que passe o puto e não chateie», em lugar de um consciencioso que ensine e dê a nota merecida. Claro que, com a vida tão difícil, muitos avaliados farão pela vida e tenderão a fazer o jeito, em vez de cumprir a missão.
Bem sei que a Governante assegura não serem os parâmetros relativos à capacidade técnica que irão depender da apreciação dos pais das criancinhas. Mas alguns haverá, ou a inovação seria pura fantochada para jornalista ver. Um só que se estabelecesse, já seria demasiado. Tudo parte do erro de se conceber como bom o ernvolvimento dos pais na escola. Num país latino o único sistema estimável e de mediana eficiência é o de "cada macaco em seu galho".
Mas diz-nos o «CORREIO DA MANHû que, com este despautério, muitos professores se estão a demitir do PS. Se assim for, a (i)Responsável da Educação terá conseguido um acto revolucionário. Resta saber se o Eng. Sócrates conseguirá arcar com ele...
5 Comments:
At 6:07 PM, Paulo Cunha Porto said…
Meu Caro Sapka:
Prefiro qualquer lobismo à promoção de incompetentes a avaliadores. Tenho imensos Amigos professores que me contam coisas lindas dessas reuniões. O assunto que aqui abordo não é o que está, mas o que se quer instituir, pelo que o nosso conhecimento é igual, embora eu suspeite que o meu um pouquinho mais pensado. A enorme dificuldade de que fala só será agravada, se o critério poder passar a depender de uma qualquer embirração ou preconceito.
UMA AVALIAÇÃO TEM DE PERTENCER SEMPRE A UMA ELITE, NÃO PODE SER MASSIFICADA. E mais, não considero aceitável que a imensa de maioria de pais, que amplamente demonstrou a sua total incompetência em educar em casa, venha agora dar sentenças e exercer poder abusivo sobre profissionais, que tentam remediar na escola as asneiras deles.
Espero ter-me feito entender.
At 9:18 PM, Anonymous said…
Ouvi de raspão (acho que no Eixo do Mal) que isto foi metido no pacote de propósito para deixar cair; fica sempre bem ceder nalguma coisa... Cumpts.
At 8:28 AM, Paulo Cunha Porto said…
Meu Caro Bic Laranja:
Eu até acredito nisso. Mas é a velha questão do barro e da pasrede: se pegasse, pegava,
Abraço.
At 3:28 PM, Anonymous said…
Isto é mais uma das brilhantes invenções dos nossos peritos em "eduquês"...
At 6:29 PM, Paulo Cunha Porto said…
Meu Caro TSantos: uma rematada tolice que, através de redistribuições do poder, ameaça dar cabo do que resta do sistema educativo. O papel do Professor é de conserto, não de concerto.
Sapka:
as elites têm de ser as que avaliam qualquer outra carreira prestigiada: ou os pares, ou uma carreira inspectiva criada para o efeito.
A massificação afere-se pela concessão de um poder a um universo vasto, não pelos membros dele que efectivamente o exercem.
Dizer que os outros vivem num mundo de chavões e ilusões depois das pérolas que foram os comentários que aqui fez é obra: sabe, o Mundo é um bocadinho maior que as reuniõezinhas de pais, mesmo quando estas sejam o solitário nacozito de poder a que se conseguiu chegar...
Nunca participarei em reuniões dessas porque não costumo ser conivente com actividades que me repugnam. E sabe, não é o único pai do mundo, há muitos que dão conta desse tristíssimo mundo...
Tente pensar um pouquinho mais. Duas vezes parece não chegar...
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