A Discriminação Esquecida
Os diversos progressismos políticos gabam-se de encarnarem a luta em prol das causas do que em tempos foi denominado Terceiro Mundo, mormente o Africano, mas sempre foram os primeiros em advogar soluções opostas, conforme os continentes e as raças. Enganam-se em ambos os casos, porém o que importa é sublinhar a insistência com que propõem como solução dos males do colonialismo a sementeira de nações independentes; e dos do Mundo Ocidental a extinção delas.
Como já via Salazar, segundo nos dá Jacques Ploncard D´Assac, em «A BATALHA DAS IDEIAS»:
«Não escapou a Salazar, a anomalia constituída pela tendência para a integração europeia e, simultâneamente, para a fragmentação da África e da Ásia. Quer fazer-se nações de povos que vivem ainda em estado de tribo ou não possuem a ligá-los outros traços que não sejam raciais e religiosos - e pretende destruir-se nações cujos "climas" morais e políticos, diferentes entre si e forjados pela História, parecem, na verdade, irredutíveis.
Quanto a Portugal, mantém-se num nacionalismo pronto às mais estreitas colaborações, mas que faz da Nação o ponto de partida indispensável para uma cooperação internacional racional.
O que a Salazar se afigura mais urgente é que o Ocidente acabe por definir uma política, a mantenha e aplique. Claro está que as contradições internas das democracias constituem, para isso, o grande obstáculo. É aquilo a que ele chama o grande problema.».
Depois de se entrevistar com o Grande Estadista, acrescentou:
«Enquanto descia os poucos degraus da escadaria da pequena casa de filósofo em que Salazar abriga as suas meditações, ocorriam-me à memória alguns versos de Guillaume Apollinaire:
Certains hommes sont des collines
Qui s´élèvent d´entre les hommes
Et voient au loin tout l´avenir
Mieux que s´il était le present
Plus net que s´il était le passé.
Mas se as multidões caminham de olhos baixos, como é que elas poderiam ver as colinas?».
Como já via Salazar, segundo nos dá Jacques Ploncard D´Assac, em «A BATALHA DAS IDEIAS»:
«Não escapou a Salazar, a anomalia constituída pela tendência para a integração europeia e, simultâneamente, para a fragmentação da África e da Ásia. Quer fazer-se nações de povos que vivem ainda em estado de tribo ou não possuem a ligá-los outros traços que não sejam raciais e religiosos - e pretende destruir-se nações cujos "climas" morais e políticos, diferentes entre si e forjados pela História, parecem, na verdade, irredutíveis.
Quanto a Portugal, mantém-se num nacionalismo pronto às mais estreitas colaborações, mas que faz da Nação o ponto de partida indispensável para uma cooperação internacional racional.
O que a Salazar se afigura mais urgente é que o Ocidente acabe por definir uma política, a mantenha e aplique. Claro está que as contradições internas das democracias constituem, para isso, o grande obstáculo. É aquilo a que ele chama o grande problema.».
Depois de se entrevistar com o Grande Estadista, acrescentou:
«Enquanto descia os poucos degraus da escadaria da pequena casa de filósofo em que Salazar abriga as suas meditações, ocorriam-me à memória alguns versos de Guillaume Apollinaire:
Certains hommes sont des collines
Qui s´élèvent d´entre les hommes
Et voient au loin tout l´avenir
Mieux que s´il était le present
Plus net que s´il était le passé.
Mas se as multidões caminham de olhos baixos, como é que elas poderiam ver as colinas?».
10 Comments:
At 12:39 PM, L. Rodrigues said…
Esta ultima frase encerra muito do que considero ser o maior problema de Portugal. E de que o homenageado no texto é inteiramente co-responsável.
A humildade do povo, imposta por lideres após lideres (reis, párocos regedores, presidentes do concelho, doutores), advogados de uma autoridade paternalista e mesquinha.
At 12:45 PM, Paulo Cunha Porto said…
Meu Caro L.Rodrigues:
Quanto à mequinhez não a acho na Autoridade Legítima, ou na substituta dela, mas no cardume de autoridadezinhas dos liberalismos de diversos matizes que usurpam o poder por interesse e sem sacrifício, tentando esconder a existência dos tais cumes melhores do que eles, ou denegri-los, para não perderem na comparação.
Abraço.
At 1:11 PM, L. Rodrigues said…
Mesquinha, concordo que não se aplique especificamente a Salazar, a quem reconheço pelo menos o espirito de serviço.
Mas os cardumes de que fala parecem-me mais emulações pacóvias do absolutismo do que manifestações de liberalismos.
Um Abraço.
At 2:56 PM, Paulo Cunha Porto said…
Meu Caro L.Rodrigues:
Vá dizer isso aos adeptos de Um e de outros...
Ora, quando ambas essas partes concordam...
Abraço.
At 11:44 AM, Flávio Santos said…
Caro Paulo, um complemento notável, modéstia à parte:
http://santosdacasa.weblog.com.pt/arquivo/2005/03/jacques_ploncar.html
At 3:31 PM, Paulo Cunha Porto said…
Meu Caro FSantos:
O "link" ficou cortado pela praga do formato da caixa. Era o belo poema do Torga?
Abraço.
At 4:35 PM, Flávio Santos said…
Não, de todo. Já te ensinei como é que se vê o link completo: carrega na hora a que editaste o postal, abrindo-se a página correspondente; nesta já aparece o link sem cortes.
Boa leitura.
At 5:42 PM, Paulo Cunha Porto said…
Caríssimo:
já li a excelente evocação deste Francês que tanto amou o nosso País. Mil graças.
At 6:10 PM, Flávio Santos said…
Manda sempre. Por estas e por outras é que está à vista a diferença entre o meu blogue antigo e o actual.
Abraço.
At 9:22 PM, Paulo Cunha Porto said…
Outra vez essa conversa?
O actual é excelente, desde que não abordes cegamente os dois temazitos que nós sabemos.
Ab. Tenho de ir, que já estão a apitar.
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