A Sabedoria do Supremo
O Supremo Tribunal dos Estados Unidos produziu uma decisão, com o seu mais veterano Juiz, um liberal, no sentido de esquerdista, a dar a cara, que contenta toda a gente e dificilmente alterará qualquer coisa. A única relevância do acordão está em a Administração ter excedido os seus poderes, ao criar as comissões militares que decidem sobre os suspeitos de terrorismo, a que, pomposamente, chama tribunais. Não o são, verdadeiramente. Nem substancial, nem formalmente, têm as garantias de defesa dos tribunais comuns, ou a vaga protecção da publicidade, no caso dos constituídos para julgar crimes de Alta Traição. Paradoxalmente, este aresto pode beneficiar o Presidente. Ao pedir ao Congresso - o qual, esse sim, tem autoridade para tanto - que aprove a criação destas entidades julgadoras, pode, de novo, dividir os Democratas e avocar a condução da luta anti-terrorista, já que o Povo Americano não está grandemente interessado em regularidades processuais, mas em inflicção de castigo expedita. Quanto à segunda parte da deliberação, devo dizer que simpatizo plenamente com a posição de Bush. Trata-se da (des)conformidade com tratamento dos prisioneiros de guerra previstos nos textos da Convenção de Genebra. Os governantes americanos, ao contrário do que pretende o Senador Specter, presidente do Comitê Judiciário, querem excluir de um qualquer estatuto de combatente priviligiado, ou aproximação, os irregulares da Al Qaeda e similares. Não posso estar mais de acordo, porquanto sempre defendi uma diferenciação abissal entre o tratamento de militares devidamente creditados, comandados, uniformizados e organizados, do que venha a ser dado a guerrilheiros, seja de que causa forem. Aliás era este o propósito inicial da assinatura do Acordo internacional em questão.
2 Comments:
At 5:06 PM, L. Rodrigues said…
Mas a distinção deve ser feita entre combatentes e criminosos. Se estamos perante combatentes aplique-se a convenção de Genebra, se estamos perante criminosos apliquem-se as leis e processos previstos.
A acusação feita a Bush é ignorar qualquer lei, internacional ou interna.
At 8:29 PM, Paulo Cunha Porto said…
Meu Caro Espadachim:
Claro que nenhum de nós conhece o Supremo Tribunal da Al Qaeda, hihihihi!
Atenção, meu Caro L. Rodrigues, os combatentes também podem ser criminosos e como tal julgados. O tratamento, enquanto prisioneiros é que tem um estatuto que é regalia, para os combatentes regulares.
Essa acusação é feita por muitos adversários de Bush, mas não constava da decisão que aqui comentei.
Abraço.
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