O Perigo Verdadeiro
As evasivas declarações do Ministério da Agricultura, instado a pronunciar-se sobre a sujeição a uma anunciada iniciativa da Comissão Europeia, que destruiria 400.000 hectares de vinha no nosso País, não deixa antever futuro muito auspicioso. A recusa em comentar, com a alegação de "se estar a preparar a própria reforma" costuma redundar em consagrar a substância da imposição exterior, com uma ou outra alteração superficial, para fingir ser senhor das medidas que são tomadas. E há duas grandes vagas a tentar mitigar o «comer de um milhão de portugueses», na lapidar definição de um Estadista de visão: não só os interesses de produtores concorrentes, como o horroroso pensamento opressivo e vigilante que quer, por todos os meios, diminuir o consumo de álcool. Brotando a padronização de um ramal da correcção política tão ao sabor do tempo, não vejo este Governo com capacidade reactiva, ou sequer desejo, de lhe fazer frente.
4 Comments:
At 11:09 AM, Anonymous said…
Tem toda a razão, meu Caro Misantropo. Este (des)governo não só não tem vontade de se opor a mais esta destruição anunciada como também me parece que a aplaude. É intrínseco à sua mediocridade e apego aos desvalores globalistas.
No fundo, a restrição demente ao consumo de álcool deve-se mais a uma tentativa de impelir o consumo para soft-drinks altamente nefastas para a saúde (com doses elevadas do neuro-tóxico Aspartame e outros edulcurantes, para não falar de produtos viciantes ou entorpecedores) do que a quaisquer preocupações com sinistralidades rodoviárias e outras (a taxa de alcolémia melhora as respostas sensoriais e os reflexos até cerca de 0,8 g/l, devido à sua capacidade vaso-dilatadora e estimulante. A partir desse valor dá-se o inverso, pela predominância da toxicidade - agora compare com os limites ditos «legais»...).
No caso concreto do vinho, penso que se trate de mais um projecto global de descaracterização de cada região, para mergulhar o planeta numa homogeneidade apagada, cinzenta e insuportavelmente medíocre.
Um grande abraço.
At 11:32 AM, Paulo Cunha Porto said…
Obrigadíssimo pelo brilhante contributo, Caríssimo Carlos Portugal. E já reparou que a ofensiva contra as bebidas alcoólocas só toma expressão considerável contra o vinho, precisamente a que menos mal faz? Isto é das mais descaradas tentativas de subverter o que resta de uma cultura regional, diz muito bem. E de arrasar quaisquer veleidades de autonomia que ainda restem.
Grande abraço.
At 11:43 AM, Anonymous said…
Brilhantes são os contributos do Caríssimo Misantropo no seu Blog e em outros em que participa; os meus são apenas os de um observador que procura estar atento, e sofre tremendamente com o desmantelamento sistemático e amoral da sua Pátria, dos Valores que aprendeu a ter como farol e de todos aqueles pequenos e grandes pormenores que fazem (ou fizeram) a nossa vivência como Portugueses.
Bem-haja.
At 12:00 PM, Paulo Cunha Porto said…
Obrigado, Caro Carlos Portugal, mas a modéstia em demasia...
ab.
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