O Misantropo Enjaulado

O optimismo é uma preguiça do espírito. E. Herriot

Tuesday, May 23, 2006

O Altruísmo e a Moral

Ao contrário de muitos pormenores folclóricos de lutas decorrentes de perseguições institucionais fantasiadas, penso que a concessão aos homossexuais da possibilidade de dar sangue levanta problemas que importa discutir. À partida não vejo inconveniente em que seja aberta tal faculdade, desde que seja controlado devidamente o líquido extraído. O que duvido é de que, neste momento, possa ser feito eficazmente, em todos os casos, por pressões falta de tempo e de recursos. Mas é uma situação que se espera venha a melhorar, pelo que há que pensar o tema, para o Futuro.
A primeira reflexão que assalta é a interrogação sobre se a doação vital é um direito. Pode-se argumentar, com bons fundamentos, que se trata antes de um imperativo de consciência, logo, da esfera interna do dever, pelo que a isenção dele não seria estigmatizante. Mas o reverso também é possível: dizer que limitar a uma pessoa o direito de, ajudando o próximo, se tornar melhor e de se ver como tal, pode constituir injustiça.
Talvez a melhor solução fosse aceitar a seiva doada a partir dessa proveniência, sendo guardada em separado e ministrada apenas nos casos em que o doente que a receberia pudesse exprimir a vontade e, fazendo-o, dissesse não se opor a contributo com essa origem. Porque a posição de quem se lhe oponha, seja por temor, ou por princípio de irredutibilidade, também tem de merecer respeito. Resta é saber se este apartheid sanguíneo contentaria os doadores.

13 Comments:

  • At 12:19 PM, Blogger L. Rodrigues said…

    Se o sangue de heterossexual fosse garantidamente são, poderia perceber essa reserva. Mas está mais que demonstrado que não. Devemos sim garantir que todo o sangue dado, independentemente da proveniência, é devidamente escrutinado.
    Eu pessoalmente não ficaria descansado se a garantia que me dessem fosse: "Vai tudo correr bem, o dador não era homossexual!"

     
  • At 1:32 PM, Anonymous Anonymous said…

    Nada de misturas!

    Eu proporia que o que tivesse tal proveniência ficasse reservado apenas a malta da mesma "condição".
    (Diz que não são tão poucos como isso. Aliás, hoje em dia parece que nascem de geração espontânea...)
    A proporção dadores / recebedores seria, certamente, equivalente.

    Ass. - Quem o tem, tem medo.

     
  • At 1:43 PM, Anonymous Anonymous said…

    MATRIMONIOS GAYS
    Por Jaime CAMPMANY

    EN primer lugar, no sé yo por qué y de qué hemos sacado los celtíberos esta moda de llamar gay al maricón, cuando el castellano tiene tantas palabras para designar lo que designa la palabra gay, y si no nos gusta una, podemos usar otra. Aquí, en el Lago, no tengo mis diccionarios a mano y renuncio a ser exhaustivo, pero los legisladores podrían usar, además de la palabra maricón, que la entiende todo el mundo porque se ha utilizado así toda la vida de Dios, otras palabras, como por ejemplo, sodomita, que queda muy bíblico, invertido, marica, mariquita o mujereta, tan piadosos, bujarrón, bardaja, que es el maricón pasivo, tan anunciado en los mensajes televisados, flora, canco, adelaida, sarasa, boquirrubio, apio, manflorita o monflorita, que son sin duda una corrupción prosódica de hermafrodita. Pero eso de llamar gay a un monflorita, que es una palabra tan eufónica y floral, parece un estúpido eufemismo, como si yo sustituyera el clásico hideputa cervantino por un «hijo de hure», que es como los alemanes llaman a la ramera. Ah, pero a ellos les gusta llamarse gays, y las otras expresiones les parecen ofensivas, quizá porque arrastran el viejo desprecio o la condena de una sociedad enferma de hipocresía.

    Recuerdo que a Cela, que conocía y amaba todos los recovecos del castellano, le irritaba el uso del término gay, por una razón semántica, sin meterse en otras honduras. Cuando se trataba de opinar acerca de ese asunto tan actual del tropel que sale del armario o de la caravana que pierde aceite, se mostraba indiferente y desentendido, y solía explicar que lo único que podía decir a ese respecto es que a él no le gustaba tomar por retambufa. En esos trances, yo siempre me socorro de don Ramón María del Valle-Inclán y recuerdo aquella frase que don Ramón quizá pusiera en boca del marqués de Bradomín, no lo recuerdo bien: «Hay dos cosas que me moriré sin entender: el amor de los efebos y la música de ese teutón que llaman Wagner». Una vez cité aquí, en mi columna, esa frase, y los efebos me dejaron tranquilo, pero una señora alemana me puso como hoja de perejil por no entender a Wagner.

    Sin embargo, el amor de los efebos es algo tan viejo como el mundo y florece en todos los tiempos y en todas las latitudes. La antigüedad clásica es un enjambre de efebos y de safos, y hasta para distinguir los endecasílabos usamos los adjetivos sáfico y adónico. Amar a Sócrates es amar a un bisexual y amar a Platón es amar a un maricón declarado. Si Aquiles llevó hasta el heroísmo el amor entre varones, no será tan despreciable aceptar algo tan viejo y tan extendido, por más que le hayamos llamado «nefando» y en algunos pueblos, sin duda todavía salvajes, se castigue con la muerte. Si Dios los cría, ellos se juntan, se aman, conviven, se acoplan, se comprenden y se soportan, pues que se casen si quieren, que aguanten la cruz del matrimonio, que gocen de la pensión de su pareja, y que se hereden y se lloren. Lo único que les pido es que no me den la tabarra con lo del «Orgullo Gay», como si fueran tenorios a la viceversa, aunque ya explicó Marañón que el donjuanismo es una forma de feminidad.

     
  • At 3:25 PM, Blogger JSM said…

    Quem é que quer acabar com a injustiça neste mundo? Quem é que quer acabar com este mundo?
    Prendam-no, examinem-lhe o sangue. Está envenenado.
    Um abraço.

     
  • At 6:48 PM, Anonymous Anonymous said…

    Me congratulo de que participe en la "tertulia bloguistica" un admirador del gran Jaime Campmany, el Quevedo del siglo XX....Si se pudiera rescatar el romance que dedicó a Bienvenida Perez....

     
  • At 6:49 PM, Anonymous Anonymous said…

    Amor efebos, musica de Wagner y la Filosofia Tudesca.....

     
  • At 9:14 PM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    Meu Caro L.Rodrigues:
    Nenhum desacordo, claro que a saúde pública deve preferir a qualquer outro valor. E mesmo na hipótese de se assegurar o escrutínio, deve-se permitir ao receptor da transfusão, tanto quanto possível, optar.

    Caro Quem o tem, tem medo:
    é uma solução, apesar de mais restritiva do que a que proponho. Desde que a vontade fosse validamente expressa e informada, penso que a sugestão lata favoreceria mais o entendimento universal.

    Caro Citador de Jaime Campmany:
    um texto interessante que me fez lembrar não sei já que filme em que um professor, frustrado por um aluno responder sempre com uma grosseria indicando o principal orgão sexual masculino, desfia todo um rol de sinónimos, censurando-lhe a pobreza vocabular. Como Gyrano com o nariz... Apesar de saber que Aristóteles censurava o predomínio homossexual entre os celtas, ignorava que o termo "gay" neles tivesse origem. Mas claro que, em matéria de dadores, isso é pouco importante.

    Caro JSM:
    Os caminhos da Justiça, cruzados com os do sangue! Combinação explosiva!

    Caros Amigos de Espanha:
    Obrigado pela Vossa erudição partilhada.
    Abraços a Todos.

     
  • At 10:56 PM, Anonymous Anonymous said…

    Es que no me gustaría perder un pretexto para divulgar este texto genial del genial Campmany - "interesante" es decir poco, estimado Pablo.

    El Citador (es decir, El Guerrero del Antifaz).

     
  • At 11:00 PM, Anonymous Anonymous said…

    Caro Paulo,

    Tens de arranjar um "chat room" anexo ao blogue...

    O Internauta Descerebrado.

     
  • At 8:23 AM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    Caro Guerrero de Antifaz:
    Ah, era Vossa Mercê? Ainda bem que divulgou. O texto é excelente.

    Meu Caro Internauta descerebrado:
    Assim é que o blogue fica bom, cheio de alegria!
    Abraços a Ambos.

     
  • At 12:54 PM, Anonymous Anonymous said…

    Como todos los del gran Jaime Campmany

     
  • At 12:57 PM, Anonymous Anonymous said…

    Campmany veraneaba en el lago Maggiore con su esposa y suegra, y recibía consejos sobre los "jettatori" de un sabio doctor italiano, experto en ellos.....

     
  • At 1:59 PM, Anonymous Anonymous said…

    El profesor Occhipinti

     

Post a Comment

<< Home

 
">
BuyCheap
      Viagra Online From An Online pharmacy
Viagra