Milagre de Permanência
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Há quem tenha o Millennium por um milagre da banca. Mas outras circunstâncias miraculosas há com a mesma designação. Foi esse o nome da operação que, durante a Segunda Guerra Mundial, os Aliados desencadearam sobre Colónia, sob a forma de duríssimo bombardeamento, precisamente num 30 de Maio. Sem explicação muito aceitável que se cinja a critérios normais, a Catedral permaneceu quase intocada. Sabendo-se que a lenda quer que lá estejam sepultados os restos mortais dos Magos, também maravilhosamente poupados à ira de Herodes, temos de reconhecer que a excepcionalidade acompanha a palavra, com circunstancialismos mais felizes do que os associados aos temores de cada milhar de anos vencido.
Que esta subversão do transitório nos sirva de referencial de Esperança, do alto dos seus pináculos!
Disse.
2 Comments:
At 11:24 PM, Anonymous said…
Excelente post, Caro Misantropo! De facto, na manhã de 31 de maio, a Catedral erguia-se majestosa por entre as ruínas fumegantes da cidade martirizada. Um símbolo de permanência, de eternidade, quase; de Sagrado, certamente.
Mas, para além dos três Reis Magos alegadamente nela sepultados, a Catedral de Colónia tem ainda a particularidade de ser a única catedral gótica completamente terminada, segundo os seus planos originais (embora ela só fosse completada no século XIX).
Poderão ter sido os Reis Magos, poderá ter sido a Sabedoria dos seus construtores, que souberam focalizar naquele local a manifestação do Sagrado.
Diz bem, «que esta subversão do transitório nos sirva de referencial». E de lição.
Um abraço.
At 8:11 AM, Paulo Cunha Porto said…
Obrigado, Carlos Portugal. Penso que não devemos estar desatentos a quaisquer manifestações que possam incitar ao apego ao permanente que nos fez, em vez nos ligarmos exclusivamente à corrente da brevidade que se escoa e, mais ou menos rapidamente, nos mata.
Abraço amigo.
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