Da Prática à Teoria
Jazendo numa mesa de saldos sem que alguém desse por ele, deparei ontem com o livro de doutrinação política de um Combatente de excepção o Coronel Pierre Chateau-Jobert, evadido heróico da 2ª Guerra Mundial, Militar da França Livre, revoltado contra os que, tendo chegado ao poder com a promessa de manter a Gália de além-Mediterrâneo, se propunham agora entregar a Argélia, responsável da OAS, condenado à morte, posteriormente amnistiado, que faleceu em Janeiro do corrente, com 93 anos bem contados. Autor de livros técnicos sobre a contra-insurreição, desiludido pelas tropelias dos políticos partidocratas, acabou por se virar para a Verdade da mais lídima Reacção.
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Leiamos:.
«As ideias revolucionárias encontraram a sua voga no dia em que os pensadores atacaram os próprios fundamentos da nossa civilização. Elas ganharam força na Renascença pagã, depois no Protestantismo de Lutero e Calvino, em seguida nas filosofias de Voltaire e Rousseau. 1789 não foi senão um episódio.
(...) No domínio das ideias o espírito revolucionário caracteriza-se pela tendência subversiva que o anima, seja o marxismo(donde o comunismo, o titismo, o progressismo) ou o liberalismo (donde o Capitalismo liberalista, imperialismo «americano», etc.). «São estas as duas formas predominantes nas quais a subversão terá causado estragos antes de reaparecer - inalterada - em fórmulas mais novas.
Os Fascismos, Nazismos e os Totalitarismos em geral são igualmente fórmulas subversivas.».
E o remédio:
«Nós não nos livraremos disto, sem uma verdadeira contra-revolução»
(...)
«Para lá chegarmos, apoiar-nos-emos num partido?
(...)A única barreira possível, a única vitória possível reside na acção combatente de um movimento de uma independência total face aos partidos(...).»
Para Meditar.
10 Comments:
At 12:15 PM, Nuno Adão said…
Havia um filósofo mais esclarecido, de seu nome JAL,
que propunha o seguinte:
Extinção dos partidos e sindicatos!
Caro Paulo, os partidos e companhia querem subir ao Evareste de calções? Veja lá se é possível?
At 12:22 PM, Paulo Cunha Porto said…
Meu Caro Thoth:
Se isso os fizesse ficar congelados - e não a nós -, recomendava-lhes já que tentassem...
Abraço
At 12:54 PM, L. Rodrigues said…
A extinção dos partidos pressupõe a imposição de um consenso? (Passo o paradoxo...)
Em que é que um "movimento" se distingue de um partido, tirando o facto óbvio de recusar ser julgado pelas mesmas regras?
At 2:58 PM, Flávio Santos said…
Já tinha ouvido falar do autor nos catálogos da DPF. O amigo Sarto deve conhecer...
At 6:30 PM, Paulo Cunha Porto said…
Meu Caro L.Rodrigues:
Não necessariamente, quanto a cada medida, mas certamente que quanto à bondade do enfrentamento de subgrupos, como critério da governação.
Um movimento sem cartões que imponham programas rígidos, disciplinas partidárias, listas de candidatos que ninguém conhece fora do aparelho, cumplicidades ilegítimas no agenciamento de empregos em lugares públicos e sonegação de responsabilidades individuais, como beneficiário da exigência de um cheque em branco, parece-me de grande vantagem. Cada um, na medida que decidisse, poderia achar o que entendesse e associar-se aos aspectos em que encontrava comunhão de pensamentos, sem receio de processos disciplinares, ou represálias em colocações. E não é a recusa de jogar as regras, antes o reconhecimento da ilegitimidade e inadequação das que se querem fazer passar por tais.
Meu Caro FSantos:
Com efeito, todas as propostas positivas deste glorioso Lutador entroncam na doutrinação político-social da Igreja, em dias melhores do que os de hoje.
Abraços a Ambos.
At 8:29 PM, L. Rodrigues said…
Caro Paulo,
Obrigado pelo esclarecimento. Ainda assim parece-me que, no sistema que descreve, o aparecimento de sub grupos de interesse é inevitável. Como garantir que a sua natureza não cai precisamente naquilo que se procurou combater?
At 8:41 PM, Paulo Cunha Porto said…
Meu Caro L.Rodrigues:
Só transformando o Homem noutra coisa qualquer se poderia dar tal garantia. Mas tenho por verdade incontestável que cada indivíduo se torna , ou antes, se mostra, pior, quando amparado por um grupo e nele escudado, do que quando age entregue a si próprio. E pior, quando esse colectivo é organizasdo.
Abraço.
At 4:04 AM, Marcos Pinho de Escobar said…
Meu caro Paulo:
Mais um que recusou aceitar a traição e o abandono. Que falta sinto dos alfarrabistas de Lisboa!
At 4:05 AM, Marcos Pinho de Escobar said…
Meu caro Paulo:
Esqueci o "abraço"!
At 8:20 AM, Paulo Cunha Porto said…
É verdade, Caríssimo Euro-Ultramarino, com uma especialidade: enquanto que outros militares patriotas "apenas" se revoltaram contra a alienação de parte do seu País, Este iniciou uma reflexão que o conduziu aos caminhos da doutrinação certa.
Expressa ou tácitamente nunca espíritos tão próximos se deixam de abraçar.
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