Subir na Vida
As notícias de que o Irão se prepara, em caso de ataque, para usar «a bomba atómica dos pobres», ou seja, «o terrorismo», na definição de um seu ex-presidente, com upgrading do Hezbollah e similares para ataques, inclusivamente a alvos civis, no Ocidente, força-me a um apelo contra a mobilidade social. Não os deixem subir na vida, porque, com estas disposições, se se aburguesam e acedem aos meios dos ricos, podemos contar com o mais venenoso dos cogumelos no que ainda vão sendo as nossas cidades: o da explosão nuclear. Eles já identificaram o inimigo - Nós. Podemos fazê-lo também. Ou elegendo os autores da ameaça, ou concordando com eles. E aí não caberá dúvida de que somos os nossos maiores e fatais inimigos.
13 Comments:
At 4:42 PM, Jansenista said…
Ontem passou no M6 uma longa reportagem sobre o Irão, filmada no local há menos de um mês. A vários títulos arrepiante! Talvez ainda refira isso lá no Ashram!
At 7:45 PM, Anonymous said…
Caro Paulo,
O que eu lamento é que um país como um Irão, terra de impérios; dos Medos e dos Persas(e não só) berço de civilizações; do Zoroastrismo(provavelmaente com ligações ao judaísmo) do Mazdaísmo(com toda a influência que tiveram em Roma e no Ocidente), dos "Magos"; e que encheu de astrónomos(designados de astrólogos na altura) a Babilónia "Persa" e depois "Helénica". A Nação das tribos reunificadas por Ciro, primeiro Rei dos Reis; designado pelos judeus como "Messias" e "Ungido de Deus"; que ele libertou do jugo da Babilónia(Será que o actual líder iraniano se lembra disto? Pelo que vejo, quando fala de Israel, não se lembra de certeza da Biblia e da história)O que eu lamento é que uma nação, que ao que sei teve como ultimamente como autor estrangeiro mais lido, o brasileiro Paulo Coelho - eu sei que para muitos, pode ser uma literatura esotérica e ingénua; mas que diz bem da complexidade(e serve de exemplo) daquela nação que não é arabe, e que foi sempre assim, complexa, ansiosa de espírito e de espiritualidade?, e que talvez por isso, orgulhosa do seu grande passado e confusa, se tenha posto nas mãos de fanáticos.
E a TV e Rádio de oposição patrocinada pelos EUA? Não tem tido eficácia nas populações? Sabe-se que é vista por parte da população?
O Paulo pode estar a pensar que estou a defender aqui uma diplomacia à "Freitas do Amaral"!
Claro que não, concordo consigo, na dureza e firmeza de príncipios que se deve ter no ocidente.
Mas com um conhecimento profundo da sua cultura complexa, penso que não há no ocidente e nos seus serviços secretos uma capacidade de se chegar ao coração das oposições daquela grande nação. Mas quando só interessa o petrólio, é natural que só se suscite revolta do outro lado em vez de receptividade ao diálogo.
E Portugal; uma nação do Ocidente e da NATO - é verdade que não tem poderio militar e influência política actualmente; mas com um património de diálogo norte-sul, uma força que foi no Índico no passado.- Não poderia fazer um pouco de diálogo com golpes de asa ousados e por conta própria? sem pôr em causa a fidelidade à Aliança Atlântica e a firmeza de príncipios? Será que internacionalmente este país não podia ser alguma coisa? Aproveitando-se da sua história, como espaço de diálogo (não á maneira do Freitas) mas de iniciativas ousadas e autónomas? Fica a pergunta?
Um Abraço
Pedro Rodrigues
At 9:03 PM, Paulo Cunha Porto said…
Meu Caro Jans: o regime iraniano arrepia-me a todos os títulos. Fazendo a ligação com a resposta ao comentário do Pedro Rodrigues, é como se os persas tentassem a todo o custo ser mais islâmicos do que o Povo do Profeta, os Árabes...
Meu Caro Pedro: um Querido Amigo de religiosidade e monarquismo a toda a prova defende que o regime dos "Ayatollahs" é um reencontro dos iranianos com a sua tradição, segundo ele traída pelo Xá, em proveito da aliança americana. Tenho alguma dificuldade em concordar, pois vejo a elaboração "khomeimiana" como bastardia dogmática recente, afastando-se do que me chega como sendo as concepções corânicas predominantes ao longo de séculos. E dou-Lhe mais uma vez razão ao constatar que quer o zoroastrismo, quer o mitraísmo, daquela região originários, no contexto do tempo, eram muito menos opressivos.
Abraços a Ambos.
At 11:45 AM, o engenheiro said…
Shalom Paulo
A cortina de Israel continua a vedar-te o acesso à Luz!
Não sejas tão maniqueísta na tua análise. A situação é de facto explosiva e, por isso mesmo, requer uma abordagem mais complexa. O orgulho como a desconsideração ou o desdém podem ser motores de radicalismo tão exaltado como algumas posturas religiosas (e, por vezes, estão-lhe subjacentes): Firmeza, sem dúvida ... mas só sem dualidade de critérios éticos.
Abraços
At 12:15 PM, Anonymous said…
Não acredito e não me deixo manipular com essa hipotese que tem sido veiculada, provavelemente com origem americana cujo objectivo é meter medo à opinião publica para a levar a aprovar uma futura guerra dita preventiva ao Irão. O que se quer fazer crer é que o Irão busca dotar-se de armamento nuclear para a seguir o despejar sobre todo o chamado mundo ocidental. Quem é que acredita nisso? Eu é que não! Isso seria um suicidio! Os dirigente iranianos até podem ser loucos mas não são estúpidos! Para além disso as suas ambições destrutivas estão apenas viradas para Israel. Mas mesmo que se dotem de tal armamento nem mesmo o Estado Hebreu eles se atreverão a atacar pois também este detém (e é o único na região)a arma atómica. Veja-se o que acontece com a rivalidade indo-paquistanesa por causa de Caxemira. Como ambos estão dotados de armas nucleares nenhum deles jamais se atreveu a dar o primeiro passo, respeitando-se e temendo-se mutuamente. Sou contra a proleferação de armamento nuclear mas não nos podemos esquecer que os EUA têm milhares de bombas atómicas (pensa-se que mais de 5000) e ninguém se mostra preocupado mesmo que eles digam às claras com todo o descaramento e com toadas as letras que o seu programa nuclear continua activo e que pretendem construir novas armas deste género. Com esta dualidade de critérios levada a cabo pela chamada comunidade internacional não é de admirar que o Irão também se ache no direito de ter tecnologia nuclear. O que a meu ver se passa é que os EUA pela vontade deles seriam o único país a ter este tipo de arma. Aliás nos anos cinquenta eles achavam que a arma nuclear era uma dádiva de deus à América. E não nos podemos esquecer que estes até se deram ao luxo de espiarem os programas nucleares dos seus aliados como aconteceu com França, como foi noticiado à poucos dias. Quando é que as pessoas percebem de uma vez por todas que esta gente que não confia nem nos próprios aliados são uma nação egoista. Fazem-se passar como um país altruísta que está sempre pronto a salvar o mundo quando no fundo aquilo que os move são os seus próprios interesses.
At 2:24 PM, Anonymous said…
Caro Paulo;
O Regime dos Ayatollahs é talvez uma busca dos iranianos da sua tradição. Uma tradição mais moderna: a do império "Xiita" que fez oposição ao poderoso império Otomano. É uma busca, fundamentada na Fé e no orgulho do glorioso passado.
Mas concordo consigo. A tradição antiga, sobreteudo do mundo antigo aqueménida(estes eram verdadeiramente tolerantes) e posteriormente do Império que se opôs a Roma; é bem mais aberta e tolerante - com aspectos religiosos extremamente desenvolvidos e que influenciáram a Grécia, Roma e o Cristianismo.
Paulo: em termos de insanidade e descontrolo nuclear, há muito por onde temer. A Coreia do Norte sim, daí pode vir o perigo e a loucura.
E do Irão também, enquanto estiver a actual liderança(se houver mudanças, então talvez haja esperança), muito embora ainda não possuam o arsenal.
Ab.
Pedro Rodrigues
At 7:09 PM, Paulo Cunha Porto said…
Meu Caro Paulo Selão:
Penso que de maneira nenhuma podemos pensar que os actuais senhores de Teerão ponderarão as perdas e danos segundo o conceito ocidental de prudência que vingou na Guerra Fria. A vocação para um martírio recompensador e a interpretação de "Jihad" levada ao extremo da destruição do modo de vida dos infiéis infirmam-no. E não há comparação possível entre os quadros mentais do exército paquistanês, formados pelos britânicos, com os dos clérigos xiitas seguidores de Khomeini, construídos contra os anglo-americanos. Além de que posso bem com as bombas que não serão lançadas sobre mim e, pelo contrário, ameaçam os que gostariam de me fazer ir pelos ares...
Meu Caro Pedro Rodrigues: inteiramente de acordo, portanto, quer quanto à análise histórica do passado persa, quer quanto à ameaça da Coreia do Norte. Contudo, salvo no que ao Japão respeita, esta apresenta-se mais controlável, quer pela situação, quer pelo isolamento, quer ainda por, na decorrência do que foi o Comunismo de Moscovo, comportar uma componente nacional de que carece o islamismo radical. Além de que a sua ligação, bem conhecida do passado, a grupos terroristas internacionais, capazes de colocarem uma "dirty bomb", por exemplo, hoje se acha, praticamente, desmantelada. Ao que acresce a inexistência na sua posse de aviões ou mísseis com raio de alcance que abranja a Europa, entre outros alvos. Mas há que seguir com atenção, evidentemente.
Abraços a Ambos.
At 5:44 AM, Pedro Botelho said…
Anonymous (Pedro Rodrigues) said:
"Pelo que vejo, quando [o actual líder iraniano] fala de Israel, não se lembra de certeza da Biblia e da história"
Dá-me a sensação de que quem não se lembra da História quando fala dos pronunciamentos iranianos sobre Israel é quem não quer reparar que os países desaparecem sem que para isso tenham de desaparecer as suas populações.
Ou nunca existiram os Estados Confederados da América, o Katanga, a República do Vietname de Saigão, a África do Sul do apartheid, a RDA, a URSS?...
Talvez o Irão dos nosso dias se lembre até bem de mais do livro de Ester. E jã não falo das bombas nucleares nas mãos dos exterminadores de amalequitas (leia-se outras nações) por excelência, que disso tanto se gabam na tal Bíblia que invoca...
At 6:52 PM, Anonymous said…
Caro Pedro Botelho
Peço desculpa, mas não sei se percebi. Sugere então que os hebreus na Palestina, que formam actualmente o Estado de Israel, e que dividem a terra com o estado palestiniano, voltem à diáspora? Aliás, por falar nisso; é necessário lembrar que a larga maioria ainda está na diáspora.
Está nas profecias: o renascimento de uma nação hebreia na Palestina.
Eu defendo a existência do Estado de Israel na Terra Santa e uma solução de paz para a existência também da Palestina.
Um Abraço
Pedro Rodrigues
At 8:32 PM, Pedro Botelho said…
Sugere então que os hebreus na Palestina, que formam actualmente o Estado de Israel, e que dividem a terra com o estado palestiniano, voltem à diáspora?
Não há estado palestiniano nenhum. O que há é um pseudo-estado inviável sob ocupação.
Aliás, por falar nisso; é necessário lembrar que a larga maioria ainda está na diáspora.
E parece que não se dá mal. A menos má das "soluções" possíveis depois da monumental asneira de 1948 seria:
-- Um estado único e laico, com fronteiras garantidas pela ONU.
-- Regresso dos palestinianos expulsos.
-- Continuação dos judeus que já lá estão.
-- Fim do "direito ao retorno" de estrangeiros que nunca lá estiveram.
-- Reconhecimento de duas nações dentro do estado único (Bélgica, Canadá)
Improvável? Claro. Mas considere as alternativas.
Está nas profecias: o renascimento de uma nação hebreia na Palestina. Eu defendo a existência do Estado de Israel na Terra Santa e uma solução de paz para a existência também da Palestina.
Então é melhor ler as profecias demográficas e ir pensando como é que o Israel suprematista vai resolver o seu problema interno.
At 4:57 AM, Pedro Botelho said…
[...] ir pensando como é que o Israel suprematista vai resolver o seu problema interno.
Queria eu dizer naturalmente: "a menos de Endlössung", i.e. de Solução Final do problema com transferência total das populações árabes para leste.
Acontece que hoje em dia esse tipo de "soluções" caiu em desuso, e ainda bem.
At 12:54 PM, Anonymous said…
Caro Pedro Botelho:
Existe um Problema demográfico indiscutível.
Os exilados palestinianos na Síria, no Líbano , na Jordânia etc., formam percentagens imensas das respectivas populações.
Obviamente que grande parte da população judáica mundial é nacional dos seus próprios países e pode ainda optar pela nacionalidade Israelita; (não sei se Israel mantêm as mesmas regras).
Seja como for, o governo israelita e a Autoridade palestiana estão atentos ao problema.
Quanto a Israel, há que assegurar o seu Direito à existência. É a minha posição.
Um abraço a si e ao Paulo
Pedro Rodrigues
At 1:01 PM, Anonymous said…
Adenda:
A solução tipo "Bélgica" ou uma Palestina Comum foi proposta por judeus no passado, como Freud, por exemplo.
Seja como for, a historia tomou outro sentido. Defendo, como já lhe disse o Direito de Israel à existência.
Um Abraço
Pedro Rodrigues
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