Ali Babá
Contrariando o meu Querido Amigo FSantos, que me tem por hostil à cultura árabe, tenho de sublinhar as virtudes retóricas e hiperbólicas dessa língua, sagrada para todos os muçulmanos, que não apenas para a etnia respectiva. Onde no Ocidente se constata uma interpretação à letra da velha história, com a inculpação de quarenta implicados no escândalo do Mensalão brasileiro, do Irão surge-nos como notícia uma ampliação de tomo: terem sido preparados atacantes suicidas contra alvos ocidentais, no caso de neutralização do armamentismo nuclear dos ayatollahs. Onde está a escala amplificada? No número, claro. Quando na vida pública do País Irmão se encontraram 40 ladrões, nos restos da Pérsia preparam-se 40.000 para roubar a nossa paz.
14 Comments:
At 11:41 AM, Flávio Santos said…
Não é bonito mas quem semeia ventos colhe tempestades e já se sabe que com os ayatollahs não se brinca nem se faz farinha, o que obrigaria a um mínimo de contenção e tentativa de diálogo, de que a Admnistração Clinton deu mostras e que foi ontem defendida por Bento XVI.
At 3:30 PM, Anonymous said…
Gostaria muito de ver comentada a situação crítica por que passa o Reino do Nepal.
At 6:19 PM, Paulo Cunha Porto said…
Meu Caro FSantos:
Sinceramente, não me lembro desses êxitos da diplomacia clintoniana no Médio Oriente, mas é possível. Quanto à declaração de Sua Santidade o Papa, que li atentamente, nada a opor, como ideal. O problema é que a parte de lá considera desonroso um entendimento que possa ser dado como... honroso para ambos os lados. É que, como disseste muitíssimo melhor do que eu saberia, «com os ayatollahs não se brinca». Pois não, nem aos diplomatas.
Meu Caro Paulo Selão:
Ainda estou a tentar compor uma imagem nítida da situação. As notícias que chegam são muito pouco indicativas do equilíbrio de poder, estribam~se na cobertura de manifestações citadinas.
Vamos ver os próximos dias.
Abraços a Ambos.
At 6:46 PM, Flávio Santos said…
Bolas, houve um autêntico degelo, não oficial, entre as duas chancelarias. Até o jogo entre as duas selecções para o Mundial de França (1998) teve um valor simbólico.
Depois veio Bush, qual elefante em loja de porcelana, e falou no Eixo do Mal, invadiu o Iraque e tirou o tapete (persa?) debaixo dos pés de Khatami, proporcionando a vitória de Ahmadinejad.
At 7:22 PM, Paulo Cunha Porto said…
Uuuum, confesso que não recordo esse estrondoso êxito de desanuviamento, que me parece inspiração do Prof. Freitas. Mas lembro que a Administração Clinton foi muito criticada pela intervenção na Somália, tendo os Países Árabes feito coro com os africanos na condenação. E o Bush, quando chegou ao poder, vinha com uma aceitação maior nesse Mundo, por não ter, ao contrário do predecessor, uma Secretária de Estado de origem judaica e querer remeter os "States" a um neoisolacionismo. Depois, veio o 11 de Setembro e os Norte-Americanos viram-se na necessidade de fazer qualquer coisa. Como se tem visto, muitas vezes, não sabem bem é o quê...
At 7:37 PM, Anonymous said…
Caro Paulo;
A propósito do mensalão e casos que lhe dizem respeito(Que filão! muito há por onde puxar nesta novela) temos que citar, a propósito, o inigualável Lula e uma das suas ultimas "pérolas".
Segundo o próprio, só em 2002 é que terminou(finalmente)o ciclo de poder das velhas classes - das classes de sempre(é só ver a geneologia, disse ele!), que segundo o próprio, estavam no poder desde Cabral(Sic).
Claro que eu não fiz uma interpretação tão literal das palavras do cómico Lula (não sou assim tão tolo), caso contrário teria que incluir logo os dois degredados que a esquadra cabralina ali deixou. Mas o "Caramuru" na Bahia - mais tardio; e outro naufrago, o Ramalho - mais a sul; já se incluiem claramente(Até porque segundo os "púdicos" jesuítas quinhentistas, em cartas ao Rei, deixaram ambos descendência cujo o número se abstinham de dizer, por vergonha)
Segundo Lula, esta dinastia no poder em Salvador, depois no Rio, e agora no Planalto, só terminou em 2002(Uff!! finalmente!!!deve ter dito um dos ultimos índios tamoios, primo em quinto grau de Lula).
Presumo, portanto, que Lula só descende de índios e escravos africanos. Aquele "Silva" de origem "reinol" e claramente lusitana, pelos vistos, é de outros "silvados" - talvez africanos ou amazónicos.
A corrupção é irmã da falta de cultura e de vergonha, está visto. Eu, no entanto, acredito no Brasil. Espero que esta clique seja próximamente punida nas eleições presidenciais.
Um Abraço
Pedro Rodrigues
At 7:42 PM, Flávio Santos said…
A memória do povo é curta. À época a Time até entrevistou um dos responsáveis pelo cerco de 444 dias à embaixada dos EUA em Teerão.
Mas já se sabe que uma besta (como Bush) pode destruir de uma penada anos e anos de paciente diplomacia.
At 7:55 PM, Anonymous said…
Paulo;
Só um acrescento, agora sobre o Irão: já se fala em preparativos de defesa("bunkers" etc.)
Francamente, espero que haja juízo em Teerão e na Casa Branca. O caso é muito sério.
Pedro Rodrigues
At 8:44 PM, Paulo Cunha Porto said…
Meu Caro Pedro Rodrigues: quanto ao Irão, suponho que terá de haver intervenção militar. Mas temo o pior com ela, como o pior temo... sem ela. O mundo está perigosíssimo.
Quanto ao animal repleto de tinta que preside ao nosso Querido Brasil, o que me conta é por demais divertido. Que o presidente é má peça, não há dúvida. A falta de carácter de um homem vê-se quando renega amizades de uma vida, porque comprometedoras das "chances" de reeleição. São Pedro fez outro tanto, mas arrependeu-Se, ao ponto de fundar uma Igreja no sentido redentor e de ser supliciado com uma variante que preenchesse o imaginário sádico do público.
Enfim, Amigos Brasileiros dizem-me que o Governador de São Paulo é homem capaz e político idem. Que acabará por ganhar.
A ver vamos.
Meu Caro FSantos:
Como sabes, apesar de muitas reservas que ponho a algumas opções e, sobretudo, à falta de outras, desta Administração, como de anteriores, dos EUA, não considero Bush parvo, bem pelo contrário. Mas para ilustrar o que julgo ser o Teu pensamento, vou publicar um "post"/brincadeira, em resposta.
Abraço.
At 12:49 AM, Anonymous said…
Essa dos 40 mil é de partir a rir! Propaganda sionista típica, saída da central da Mossad, para os crédulos jornais «de referência» ocidentais engolirem isco e anzol. E não é que engolem??!
At 8:41 AM, Paulo Cunha Porto said…
Mas olhe que a coisa partiu de um evento político-religioso iraniano, Caro Eurico. Os "Ayatollahs" deram em sionistas?
Abraço.
At 1:35 PM, Anonymous said…
Paulo;
Ainda sobre Lula: sabemos que ainda existe esta mentalidade nalguns sectores sociais e políticos do Brasil. Mas de tão usado e estúpido argumento, pensamos ingénuamente que tenha havido alguma evolução nas mentalidades. Mas é verdade; voltou-se ao argumento dos 500 anos pela voz do próprio Lula.
Foi à poucos dias, na cidade de Salto (Interior de São Paulo), a propósito de uma iniciativa relacionada com a educação.
Lula interrogado pelos jornalistas e referindo-se à oposição, diz-nos que esta (a dita oposição) "esteve 500 anos no poder", desde Cabral(sic) - que grande mandato! até Lula chegar ao Planalto. "É só ver a árvore geneológica" (sic).
Bom, eu não conheço a ascendência do pessoal do PSDB e dos outros partidos(não conheço muito da realidade brasileira). É no entanto inacreditável que este argumento ainda não tenha sido ultrapassado.
Abraço
Pedro Rodrigues
At 1:47 PM, Anonymous said…
Acrescentando:
A falta de carácter e o abandono das amizadas por interesses eleitoralistas e de poder é mais um acrescento para depositármos as nossas esperanças no tal governador de São Paulo.
Até o típico brasileiro, com as velhas "piadas de português"; depois disto, não tem dúvidas: antes os outros, os tais da oposição dos 500 anos, que isto.
Quanto ao Irão: a bola está agora do lado dos "polícias do mundo". É com Bush; mas também com quem vai ocupar a Casa Branca próximamente(a agenda política, não esquecer).
Tem que ser pela via diplomática, espero eu.
Pedro Rodrigues
At 6:45 PM, Paulo Cunha Porto said…
Meu Caro Pedro Rodrigues:
Claro que o Próximo Oriente terá de continuar a ser preocupação das governações americanas que sigam. Mas penso que o "problema nuclear iraniano" já estará resolvido até lá, bem ou mal. É que, parecendo que não, salvo uma morte inesperada, ainda temos três anos de W.
Quanto às Terras de Vera Cruz, a retórica dos desvalidos contra "os mesmos de sempre", para o efeito artificialmente arranjados, talvez não pegue. Ela só costuma continuar a servir quem sabe demagogicamente manter acesa a chama, como Chavez e os piores dos peronistas. Mas a imagem do «saído dos pobres» no caso de Lula, parece andar substituída pela de «um dos aproveitadores». Muito votante deixou de vê-lo como "um de nós", para passar a encará-lo como " um deles". Esperemos que chegue.
Abraço.
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